A cerimónia dos Óscares de 25 de abril, que se realizou na histórica Union Station, no centro de Los Angeles, por causa do impacto da pandemia, foi a menos vista de sempre, com um novo mínimo de 10,40 milhões de telespectadores nos EUA.

A audiência ficou muito longe dos 40,22 milhões que viram em 1990, o primeiro ano em que o anfitrião foi Billy Crystal. O impacto foi tão grande que foi convidado mais oito vezes até 2012, sempre com grandes números.

Ficando apenas atrás das 19 vezes de Bob Hope, o ator e comediante conhece bem tudo o que anda à volta do evento. E chumba a edição de 2021.

"Uma das últimas vezes que apresentei o espetáculo, a economia estava de rastos. E eu disse: ‘É isto que as pessoas querem ver: milionários a dar estatuetas de ouro uns aos outros’. Não fazia sentido.", recordou numa entrevista ao programa The Jess Cagle Show da SiriusXM quando os apresentadores lhe pediram para regressar no ano que vem.

Comparando com essa época, fazer um evento durante a pandemia "é muito problemático", acrescentou.

A cerimónia que premiou "Nomadland - Sobreviver na América" com o Óscar de Melhor Filme foi encarada como "uma oportunidade de experimentar coisas realmente diferentes" e depois "a Academia analisar a resposta e decidir o que fazer ao seguir em frente", revelou no início de maio o realizador Steven Soderbergh, um dos produtores, respondendo às reações negativas pela falta de imagens e montagens dos filmes nomeados.

Essa crítica foi repetida por Billy Crystal: os filmes nomeados "de certa forma não eram muito acessíveis para o grande público — belos filmes; precisavam ser mais celebrados."

O balanço deste veterano dos Óscares é que a cerimónia foi chata.

"Tem de se dar [aos espectadores] algum entretenimento e não havia nenhum. E isso foi dececionante", concluiu sobre o tema, sem nunca responder diretamente ao desafio dos apresentadores para voltar a ser o anfitrião.