“Vocês vão a tempo”, disse Billie Eilish, na sala de entrevistas, questionada pelos jornalistas sobre o significado da sua vitória e o que diria a quem quer seguir uma carreira na indústria.

“Lembro-me de ter 12 anos e estar a ver um musical e a chorar, porque pensei que era um falhanço e nunca teria uma carreira”, contou a artista. “Estava a ver Matilda na Broadway e era incrível. Chorei porque achava que nunca ia ser ninguém, porque não era a Matilda”.

Nunca um artista tinha conquistado dois Óscares aos 22 anos. Billie Eilish conseguiu o primeiro pela canção “No time to die”, do filme homónimo de James Bond, e agora com um dos temas mais bem-sucedidos da banda sonora de “Barbie”.

O seu conselho a músicos aspirantes foi que não o façam por causa de outras pessoas, por causa de números ou algum tipo de fama.

“Não é algo que penso que alguém deva perseguir. Quero que toda a gente faça algo que os apaixona e de que se orgulhem, e que os faça sentir a melhor versão de si mesmos”.

O seu irmão Finneas O’Connell, com o qual partilha o Óscar, também falou na sala de entrevistas sobre o impacto cultural do filme “Barbie”, que considerou ter uma história bem contada.

“As pessoas foram ver o filme à espera de um espetáculo e de se rirem, e penso que a Greta [Gerwig] e a Margot [Robbie] trouxeram muito mais que isso”, indicou. “Quando começámos a pensar em escrever uma canção para o filme, percebemos que era muito mais que aquilo que esperávamos ver”, continuou. “Comoveu-nos. É uma honra fazer parte da família”.

Para Billie Eilish, “Barbie” deu a muitas pessoas a sensação de serem vistas, algo que pode ser raro em especial para as mulheres.

“Foi isso que ressoou e viajou pelo mundo, as pessoas sentirem-se vistas, ouvidas e compreendidas”, disse a cantora.

Antes de vencer a estatueta, o duo interpretou a canção no palco do Dolby Theatre, onde decorreu a cerimónia esta noite, em Los Angeles, madrugada de hoje na Europa.