Monstros, peças de guarda-roupa, livros e BD favoritos, além de rascunhos de argumentos: o consagrado realizador mexicano e ávido colecionador de artefactos de cinema Guillermo del Toro está a mostrar em Guadalajara, a sua cidade natal, 951 peças do mundo fantástico que idealizou desde a infância e inspiraram os seus filmes.

"Em casa com os meus monstros" é o nome da mostra, apresentada esta quarta-feira (29) por Del Toro no Museu da Universidade de Guadalajara, a última etapa da mostra, que passou por Los Angeles, Minneapolis e Toronto.

"É a última vez que se expõe a obra em algum lugar do mundo", disse o realizador de 'A Forma da Água', que lhe rendeu o Óscar de Melhor Filme e Realização em 2017.

A exposição divide-se em oito salas com nomes: Infância e inocente; Quarto de chuva; Vitoriana, magia e ocultismo; Frankenstein; Os outros/ Nós/ Os monstros; e Além da morte.

Del Toro começou a rodar curta-metragens ainda adolescente em Guadalajara. O realizador, hoje famoso em Hollywood, filmava usando uma câmara modesta, "Pesadilla", sobre um monstro gelatinoso, e "Matilda", uma mulher devorada por uma fenda na parede.

Segundo afirmou, o objetivo desta exposição é inspirar os jovens.

"Era do meu interesse apresentar isto como uma opção dirigida da minha parte aos jovens criadores do México. Não é uma museografia que pretenda consagrar, exaltar", acrescentou.

O monólito de pedra do filme "O Labirinto do Fauno" dá as boas-vindas aos visitantes da mostra, na qual também podem ver de perto uma réplica do personagem principal do filme, além de se aproximar do processo criativo de outras das suas criações, como "Hellboy" ou "A Forma da Água".

A visita ao museu é animada por ecrãs que exibem cenas dos filmes do realizador que, uma vez concluída esta exposição em outubro, doará as 951 peças para quatro museus que ainda não identificou.

"O que estou a promover é que sejam exibidas permanentemente, que não fiquem guardadas em um armazém, que fiquem vivas, expostas ao público", acrescentou o realizador, que selecionou as peças da coleção a partir das cerca de três mil que reuniu.

Del Toro deixou o México em 1998, depois do seu pai, que montou um bem sucedido negócio após ganhar a lotaria, ter sido sequestrado em Guadalajara.

Foi o realizador americano James Cameron que ajudou Del Toro a juntar um milhão de dólares, que entregou pessoalmente e em dinheiro aos sequestradores.

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