Foi um daqueles atores secundários do cinema americano de que não lembrávamos o nome mas não esquecíamos o rosto: Robert Loggia morreu esta sexta-feira em Los Angeles aos 85 anos.

O traficante de drogas que dava trabalho e se tornava mentor de Tony Montana/Al Pacino antes de ser traído no "Scarface - A Força do Poder", de Brian De Palma (1983), o presidente da empresa de brinquedos em "Big" (1988) que partilhava com Tom Hanks um sintetizador gigante, na cena mais famosa de "Big", e o general que aconselhava o presidente dos EUA em "ID4 - O Dia da Independência" (1996), foram os seus papéis mais populares junto do grande público.

Loggia foi ainda o investigador privado que auxiliava Gleen Close num caso jurídico em "O Fio Do Suspeito" (1985), papel que lhe valeu a única nomeação para os Óscares de uma longa carreira de papéis de duro, do lado certo ou errado da Lei.

Natural de Nova Iorque, o ator começou a trabalhar na rádio e televisão depois de estudar jornalismo e servir no exército, conhecendo notoriedade ao interpretar Elfego Baca, um lendário xerife e político do Velho Oeste, numa mini-série televisiva da Disney em 1958.

Nos 20 anos seguintes não lhe faltou trabalho como ator convidado nas mais populares séries da época até que, com "O Corredor" (1977) e "A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa" (1977), começou a trabalhar com regularidade para o grande ecrã, o que se tornou mais evidente quando o realizador do segundo título, Blake Edwards, o chamou para "Tudo Boa Gente" (1981) .

Para além dos seus papéis mais conhecidos, apareceu ainda, sempre como secundário, em "Oficial e Cavalheiro" (82), "Psico II " (83), "A Honra dos Padrinhos" (85), "Armados e Perigosos" (86), "O Lutador" (87), "Gaby - Uma História Verdadeira" (87), "Necessary Roughness" (91), "Esta Loira Mata-me" (91), "O Gladiador" (92), "Mulheres de Armas" (94), "Estrada Perdida" (97) e "Regressa Para Mim" (2000).

Neste período, “Mancuso, FBI” (89), num raro papel como protagonista, e "Palmeiras Bravias" (93), produzida por Oliver Stone, à frente do seu tempo e que se tornou de culto, foram momentos altos em televisão.

Com o novo século, reduz o ritmo de trabalho, que passa principalmente pela televisão. Neste período, a presença mais relevante foi em quatro episódios de "Os Sopranos", onde era o mafioso Feech La Manna, que entrava em conflito com Tony Soprano após sair da prisão.

Sem nunca deixar de trabalhar, incluindo dando voz a jogos de vídeos, lutou nos últimos cinco anos contra a doença de Alzheimer.

Robert Loggia e Tom Hanks em "Big".

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