Com Daniel Craig à frente, as estrelas desfilarão esta terça-feira (28) na passadeira vermelha em Londres para a antestreia mundial de "007: Sem Tempo para Morrer", o novo filme James Bond, adiado pela pandemia e uma produção em que os cinemas depositam as suas esperanças de recuperação.

Inicialmente prevista para estrear em abril de 2020, a produção enfrentou uma lista de contratempos, incluindo 18 meses de uma pandemia que deixou as salas de cinema fechadas ou esvaziadas.

Agora, o desafio é fazer com que os espectadores regressem. E muitos esperam que a estreia do 25.º filme da série do agente 007, que a rede de cinemas Vue Entertainment apresenta como o "evento cinematográfico do ano", represente a recuperação para o setor.

"Há uma grande expectativa", admitiu Craig antes da estreia, acrescentando que espera "dar algum tipo de impulso à indústria" com o filme de 2 horas e 43 minutos, o mais longo da série, que terá estreia exclusiva nos cinemas.

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A passadeira vermelha do Royal Albert Hall de Londres receberá o ator inglês e os seus colegas de elenco, incluindo a cubano-espanhola Ana de Armas, o norte-americano Rami Malek e a francesa Léa Seydoux.

Também estará presente a iconoclasta estrela pop Billie Elish, que aos 19 anos é a cantora mais jovem a compor e interpretar a música tema de um filme da saga, que estreará oficialmente na quinta-feira na Grã-Bretanha e no Brasil.

Membros da família real britânica também devem marcar presença, incluindo os príncipes Charles e William, primeiro e segundo na linha de sucessão ao trono, e as suas esposas Camilla e Kate.

Sexismo e papéis femininos

Após bater alguns recordes dos seus antecessores, desde que o escocês Sean Connery interpretou em 1962 o agente secreto criado pelo escritor Ian Fleming em "Agente Secreto 007", Craig, de 53 anos, abandonará a série após este filme, o quinto do seu percurso.

Criticado em 2006 ao assumir o papel de 007 em "Casino Royale", o ator foi elogiado mais tarde por dar profundidade e complexidade emocional à personagem.

Após "007: Spectre" de 2015 e esgotado, declarou à revista Time Out que preferia "cortar os pulsos" a regressar, mas acabou por aceitar a nova missão, desta vez com realização de Cary Joji Fukunaga.

Primeiro cineasta norte-americano a dirigir um filme Bond, o californiano tornou-se famoso com a aclamada primeira temporada da série "True Detective" (2014) e o filme "Beasts of No Nation" (2015).

Fukunaga assumiu o projeto após o cineasta britânico Danny Boyle - realizador de filmes como "Trainspotting" e "Quem Quer Ser Bilionário"? — anunciar a saída da produção por "diferenças criativas" com os produtores, o que provocou o primeiro atraso numa longa-metragem inicialmente prevista para estrear no fim de 2019.

Rodado na Jamaica, Itália e Noruega, com um custo avaliado em 250 milhões de dólares, o filme também foi adiado por acidentes nas filmagens e uma lesão de Craig.

A história começa com um 007 aposentado que descansa na Jamaica. Mas a sua tranquilidade é interrompida quando um antigo amigo da CIA, Felix Leiter, pede ajuda para o resgate de um cientista sequestrado.

Bond tem que trabalhar com uma agente, interpretada pela britânica Lashana Lynch, e vê-se relegado para segundo plano quando ela pilota um avião, uma mudança de paradigma em relação ao sexismo dos primeiros filmes da saga.

"Estão a fazer o que está certo e credito que continuarão a fazê-lo no futuro", declarou Lynch ao canal Sky News Lynch.

Após a estreia tão aguardada, o mistério fica por conta de quem interpretará 007 após Craig. A produtora Barbara Broccoli considera que deve continuar a ser por um homem.