Anne Hathaway revelou que não confiou tanto como devia na realizadora de um dos seus filmes apenas por ser mulher.

Com isto, reconheceu que pode ter contribuído para a misoginia que existe na indústria apesar de defender que Hollywood devia ser um local mais igualitário em termos de oportunidades.

Quando o crítico Peter Travers lhe perguntou quais os filmes com que aprendeu mais, independentemente de serem os melhores ou mais bem sucedidos, destacou "Um Dia", um filme de 2011 onde contracenou com Jim Sturgess, que tinha como realizadora a dinamarquesa Lone Scherfig.

"Arrependo-me muito de não ter confiado nela com mais facilidade. E até hoje receio que a razão para não ter confiado nela da forma que confio em alguns dos outros realizadores com quem trabalhei é porque ela é uma mulher", admitiu.

"Tenho tanto medo de a ter tratado com misoginia interiorizada. tenho medo de não lhe ter dado tudo o que ela precisava ou... que estava a resisti-lhe de alguma forma. É algo que tenho pensado muito quando leio argumentos que vão ser dirigidos por mulheres", acrescentou.

A estrela acrescentou que a confissão era embaraçosa, mas sentia que era um tema que devia ser abordado.

"Quando recebo um argumento, quando vejo um primeiro filme realizado por uma mulher, no passado foquei-me no que estava errado. E quando vejo um primeiro filme realizado por um homem, presto atenção ao que funcionou. Apenas posso reconhecer que fiz isso e que não quero voltar a fazer... e antes de perceber isto tinha ativamente tentado trabalhar com realizadoras. E ainda tinha este estado de espírito ali algures enterrado", reconheceu.

Anne Hathaway reconheceu que isto é tanto mais desconcertante pois sabe como é difícil as mulheres conseguirem "as rédeas seja do que for".

"Essa jornada é muito mais difícil do que devia ser. Não é igualitária. E pergunto-me se é por causa da forma de pensar como a que acabei de falar. De subvalorizar o que é preciso para fazer o primeiro filme", esclareceu.

"Nunca lhe pedi desculpa por causa disto. Nos demo-nos bem. Não era uma questão de profissionalismo, não era uma questão de... nada. Ela tem um lugar tão especial no meu coração e acho que também é o caso dela. Isto foi simplesmente uma retração. Sou muito entusiástica, atiro-me de cabeça a maioria das vezes e não fiz isso com tanta facilidade com ela e arrependo-me", concluiu a atriz de 34 anos, que tenciona falar com Lone Scherfig depois da entrevista para desculpar-se.

Uma representante da realizadora foi contactada pela ABC News e disse que embora esta esteja muito ocupada com a pré-produção do seu próximo filme, "pediu para exprimir o seu amor e admiração pela Anne e o seu trabalho".

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