A actriz francesa
Annie Girardot morreu esta segunda-feira, 28 de Fevereiro, no hospital Lariboisiere de Paris, aos 79 anos, na sequência de uma longa batalha contra o Alzheimer, segundo informou a sua neta, Lola Vogel.

A intérprete sofria há vários anos da doença e tornou-se um símbolo da luta contra a mesma ao aceitar filmar o documentário
«Ainsi Va la Vie», de Nicolas Baulieu, que a acompanhou durante oito meses, retratando a sua perda de memória. «Agora, a Annie já não sabe nada de Annie Girardot», resumiu o cineasta.

Filha de uma parteira, Annie Girardot seguiu os passos de sua mãe, formando-se em enfermagem, mas depois mudou de rumo e voltou-se para o mundo do espectáculo, alcançando o seu primeiro triunfo ainda nos anos 50 com a peça «Madame Marguerite». Em 1960 participou num dos seus maiores sucessos,
«Rocco e os Seus Irmãos», de
Luchino Visconti, mas a fase de ouro da sua carreira seria a década de 70.

Ganhou o seu primeiro
César - o Óscar do cinema francês - em 1977 pelo seu papel em
«Docteur François Gailland», de Jean-Louis Bertucelli. A sua história de amor com o público sofreu uma interrupção quando Girardot praticamente desapareceu dos ecrãs no início dos anos 1980, voltando, em seguida, para algumas aparições.

Girardot provocou uma grande emoção colectiva durante a cerimónia de entrega dos Césares de 1996, quando recebeu o prémio de Melhor Actriz Secundária pela sua actuação em
«Os Miseráveis», do cineasta francês
Claude Lelouch, após uma longa ausência das telas. Com os olhos cheios de lágrimas e o troféu nas mãos, a actriz confidenciou ao público: «Eu não sei se fiz falta ao cinema, mas senti uma falta louca e dolorosa do cinema francês». A audiência inteira, tomada pela emoção, aplaudiu-a longamente de pé.

A filmografia de Girardot inclui sucessos como
«Os Companheiros», de
Mario Monicelli,
«Morrer de Amar», de André Cayatte,
«Viver por viver», de Claude Lelouch, e
«Llueve sobre Santiago», de Helvio Soto.

As suas últimas interpretações foram em dois filmes do austríaco
Michael Haneke,
«A Pianista» (2002), com
Isabelle Huppert, e
«Caché - Nada a Esconder», (2005), com
Juliette Binoche.

Em autobiografia divulgada em 2003, ela dizia ter sido a «antivamp que tranquiliza» os espectadores, mas que aproveitou ao máximo a vida. «Sou a prima, a tia, a mãe, a noiva», repetia ao público.



SAPO/AFP

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