O novo filme de Steven Spielberg, "Os Fabelmans", assegurou o seu lugar como um dos favoritos para ganhar o Óscar ao conquistar, este domingo, o prémio principal do Festival Internacional de Cinema de Toronto.

A longa-metragem, que estreará a 24 de novembro nos cinemas portugueses, é um drama semi-autobiográfico, baseado na infância de Spielberg, que abrange o casamento conturbado dos pais, a perseguição antissemita da família e os seus primeiros passos no cinema, com filmes de baixo orçamento, realizados com amigos durante a adolescência.

O cineasta foi aplaudido de pé pelo público na estreia mundial do filme, no fim de semana passado, no Festival de Toronto, conhecido como TIFF.

"Como disse no palco na outra noite, sobretudo fico feliz de ter trazido este filme a Toronto", afirmou Spielberg em comunicado publicado este domingo.

"Este é o filme mais pessoal que fiz e a calorosa receção em Toronto fez com que a minha primeira visita ao TIFF fosse muito íntima e pessoal para mim e toda a minha família 'Fabelman'", disse.

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Votado pelo público, o prémio People's Choice Award do maior festival de cinema da América do Norte tornou-se uma das principais referências do Óscar, antecipando eventuais vencedores do prémio da Academia ao Melhor Filme, como aconteceu com "Nomadland", em 2020.

Spielberg, considerado um dos melhores realizadores vivos de Hollywood, ganhou três prémios da Academia: de Melhor Filme e Realização por "A Lista de Schindler", e novamente de Melhor Realização por "O Resgate do Soldado Ryan".

Até agora, foi nomeado para 19 estatuetas, e espera-se que a lista aumente na próxima noite de entrega dos prémios, prevista para 12 de março de 2023, em Los Angeles.

Os últimos dez vencedores dos Toronto People's Choice Awards foram nomeados para Melhor Filme pela Academia, e três ganharam o Óscar, incluindo a vitoriosa surpresa de 2019 "Green Book".

"12 Escravo" (2013), "O Discurso do Rei" (2010) e "Quem quer ser Bilionário?" (2008) começaram a sua trajetória para a consagração nos Óscares com o prémio recebido em Toronto.

Na estreia no fim de semana passado, Spielberg disse a um público entusiasmado que há muito tempo que queria fazer um filme profundamente pessoal como "Os Fabelmans", mas que decidiu fazê-lo agora por "medo" da pandemia.

"Não acho que ninguém soubesse, em março ou abril de 2020, qual ia ser o estado da arte, o estado da vida no ano seguinte", afirmou.

"Simplesmente senti que se fosse deixar algo para trás, o que era que realmente precisava resolver e desempoeirar sobre a minha mãe, o meu pai e as minhas irmãs? Não foi 'É agora ou nunca', mas senti-me quase assim", disse o cineasta de 75 anos.

Os outros finalistas de Toronto foram "Women Talking", de Sarah Polley, e "Glass Onion: Um Mistério Knives Out", de Rian Johnson.

O prémio para o Melhor Documentário foi para "Black Ice", de Hubert Davis, um filme canadiano sobre o racismo no mundo do hóquei profissional sobre o gelo.