Um bom resumo de tudo o que aconteceu o ano passado, entre o sério e o corrosivo: Jimmy Kimmel, o primeiro anfitrião em dois anos seguidos desde os tempos de Billy Crystal, disparou em várias direções no monólogo com que abriu a cerimónia.

Após um início a imitar o estilo das notícias dos anos 40, que incluiu imagens a preto e branco de algumas das estrelas deste ano, ao som de uma voz off a imitar os velhos tempos (o próprio Jimmy Kimmel), o apresentador da 90.ª cerimónia começou com a troca de envelopes do ano passado, avisando os premiados para não se levantarem assim que ouvissem os seus nomes, e prosseguiu com o tema quente dos assédios sexuais e o tratamento que Hollywood dá às mulheres e às minorias.

A apresentar a cerimónia pelo segundo ano consecutivo, disse que a noite devia ser marcada pela “positividade”, chamando a atenção para o trabalho a ser desenvolvido pelas ativistas de movimentos como o #MeToo, Time’s Up e Never Again.

“O que aconteceu com o Harvey [Weinstein] e o que está a acontecer por todo o lado era há muito devido. Não podemos continuar a deixar passar o mau comportamento. O mundo está a olhar para nós, precisamos de ser um exemplo”, afirmou o comediante, que recordou que, em Hollywood, se fez um filme chamado “O que as mulheres querem”, protagonizado por Mel Gibson, o que dizia “tudo o que havia a dizer” sobre como o meio encarava as mulheres.

Chegou até a dar o Óscar como o exemplo do homem perfeito de Hollywood: "Coloca as mãos onde as podemos ver, nunca diz uma palavra rude e, mais importante, não tem pénis. É literalmente uma estátua de limitações [um trocadilho com "statue of limitations", sobre o tempo máximo para se pode avançar com um processo judicial em relação um potencial crime].

Num monólogo em que abordou diversas das polémicas recentes, com direito a menção ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Kimmel afirmou que se se conseguir pôr fim ao assédio sexual no local de trabalho, “então as mulheres só terão de lidar com assédio em todos os outros sítios onde forem”.

Kimmel não deixou de de sublinhar as várias conquistas dos nomeados deste ano, nomeadamente as de Jordan Peele ("Foge"), Timothée Chalamet ("Chama-me Pelo Teu Nome"), Christopher Plummer ("Todo o Dinheiro do Mundo") e, claro, a 21ª nomeação de Meryl Streep ("The Post").

Antes de arrancar com os prémios, prometeu ainda uma recompensa para quem der o discurso mais curto: um jet ski, mostrado em palco à maneira de "O Preço Certo", por... Helen Mirren.

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