Até dia 30, o festival terá em competição cerca de 70 filmes de 31 países, sendo que todos eles são assinados por realizadores com menos de 30 anos ou constituem obras de estreia de autores mais velhos. A seleção teve por base «quase 4000 candidaturas» e, segundo explicou Filipe Pereira à Lusa, esse número vem-se duplicando sucessivamente há dois anos «devido ao novo sistema de submissão online, que fez com que as inscrições disparassem».
O diretor do certame reconhece que «isso até traz algumas dificuldades à seleção dos filmes», mas realça: «Se conseguimos atrair cada vez mais pessoas de outros países e continuamos a ser o festival português com maior dimensão internacional, é precisamente porque nos soubemos adaptar ao que os tempos exigem».
Considerando que «os festivais de cinema sempre mostraram filmes e sempre continuarão a mostrar», Filipe Pereira defende que é ao nível extracompetitivo que a evolução se processa. «Um festival que se realize em 2014 não pode ser o mesmo tipo de evento que era em 1990», observa.
«Se alguns certames estão a ter dificuldade em subsistir é porque não conseguem adaptar-se ao que as pessoas pedem hoje», justifica.
No caso do FEST, a receita tem sido não apenas «revelar o futuro do cinema, já que as obras a concursos são todas de realizadores em início de carreira», mas também proporcionar aos participantes «plataformas de desenvolvimento comum e ensiná-los a fazer outras coisas».
No caso da cooperação, isso consegue-se através do FEST Pitching Forum, em que cada participante dispõe de cinco minutos para apresentar o seu projeto e cativar investidores. «Tivemos mais de 100 candidaturas e 15 vão ser apresentadas a um painel de especialistas internacionais», revela Filipe Pereira.
Já no que se refere à segunda razão para o sucesso do FEST, Filipe Pereira garante que o segredo está na oferta formativa do seu Training Ground, que, na edição comemorativa dos 10 anos do certame, «vai ter o programa mais completo de todos» e ultrapassar os 400 participantes de mais de 40 nacionalidades.
Filipe Pereira destaca ainda a participação no Training Ground de dois produtores «de peso»: o austríaco Michael Katz, que abordará em Espinho as exigências de produção de um filme como «Amor», que envolveu seis países; e o inglês Gareth Wiley, que «foi o responsável pela relançamento da carreira de Woody Allen quando toda a gente dizia que ele já estava acabado».
O FEST 2014 tem como sala principal o auditório do Centro Multimeios de Espinho, com algumas sessões a decorrerem no Casino de Espinho e o Training Ground na Biblioteca Municipal José Marmelo Silva. Mais informações sobre filmes e inscrições podem consultar-se em
www.fest.pt.
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