Depois do filme "Tom & Jerry" (2021), Nova Iorque volta a acolher a aventuras de uma das duplas-chave da história da animação. A partir do hotel Royal Gate, a nova casa do gato e do rato que tanto são cúmplices como rivais, a série "Tom e Jerry em Nova Iorque" leva as suas perseguições e disputas para o Central Park, lojas ou museus.

A aposta da plataforma HBO Max estreia-se na televisão portuguesa através do canal Boomerang, esta segunda-feira, às 10h40, e foi criada por Darrell Van Citters, veterano da animação que já passou pela Disney (foi um dos animadores do injustamente esquecido "Papuça e Dentuça", assinou a curta de culto "Fun with Mr. Future" e trabalhou no clássico "Quem Tramou Roger Rabbit?") e Warner Brothers (dirigiu vários episódios de "Looney Tunes"), sendo ainda cofundador dos estúdios Renegade Animation e autor de livros sobre a história da animação.

Tom e Jerry em Nova Iorque
Tom e Jerry em Nova Iorque

Realizador de vários episódios de "The Tom and Jerry Show" (série estreada em 2014), o norte-americano cruza-se mais uma vez com o duo na produção que elege a cidade que nunca dorme como cenário. E falou dela numa entrevista virtual com o SAPO Mag:

SAPO Mag - Tom e Jerry surgiram no início dos anos 1940. O que é que os tem feito perdurar ao longo de tantas décadas?
Darrell Van Citters - Acho que se deve muito às personalidades de ambos. Mais do que rivais, são antes como dois irmãos que discutem mas que ainda se dão bem um com o outro. São amigos, mas têm as suas disputas. Acho que é esse relacionamento que os tem feito perdurar, não se trata só de uma perseguição. E a comédia física, isso resulta bem. Atravessa faixas etárias, os filhos podem ver, os pais podem ver... e internacionalmente também, porque não há barreiras na linguagem.

O que mudou nessa dinâmica com a passagem para Nova Iorque?
É um ambiente diferente. Tivemos toda a cidade de Nova Iorque para explorar, mas até acabámos por ter mais interações com as personagens humanas, porque Nova Iorque é habitada por humanos. [risos]. Tivemos muito mais conflitos que não teríamos caso nos tivéssemos mantido num ambiente suburbano.

Que desafios trouxe este novo ambiente?
Foi mais exigente a nível técnico, porque antes trabalhámos muito com um cenário orgânico, muitas vezes com um campo e árvores, e aqui abordámos um cenário urbano. Mas o maior desafio foi pensar para onde levaríamos estas personagens, onde é que os conflitos teriam lugar. E às vezes isso surgiu de forma natural, mas noutras tivemos de nos debruçar sobre isso.

Tom e Jerry em Nova Iorque
Tom e Jerry em Nova Iorque

Como pensou explorar Nova Iorque? Houve logo alguns locais de passagem obrigatória ou os cenários foram surgindo aos poucos?
Foi mesmo uma exploração. Houve sítios aos quais quisemos mesmo voltar, outros nem por isso. Houve espaços com os quais nunca tínhamos trabalhado e queríamos muito sair de espaços fechados para explorar a cidade. Há tantos sítios onde podemos ir em Nova Iorque, como o Central Park, claro, que nos ajudou a sair de ambientes claustrofóbicos.

Que elementos destacaria nesta série além da mudança de local da ação?
Foi sobretudo o aspeto da cidade, mas também queremos visitar outros ambientes e até outros países, porque há muitos fãs por todo o mundo. Mas já não tínhamos mais episódios. [risos] Como são personagens tão fortes, queremos levá-las para tantos locais quantos possamos.