A reforçada TVI encurtou em setembro a distância para uma SIC que lidera tranquilamente em todos os “targets” e horários relevantes, mas esses números que foram obtidos com três regressos (da Champions League, de Cristina Ferreira e de "Big Brother") não conseguem esconder a evidência de que a recuperação que a estação de Queluz tem operado ao longo deste ano de 2020 encontra base de apoio na oferta de uma programação em que os números de espectadores da informação prejudicam o crescimento da audiência.

Os números chegam a ser cruéis para a TVI: quando se fala de informação, a estação luta para não ficar atrás da RTP e na maior parte dos dias vê mesmo a estação pública a alcançar melhores resultados. No último mês, o jornal de horário nobre da RTP ficou em 21 ocasiões à frente do homólogo da TVI.

Nesse outro campeonato de audiências, à margem da liderança da SIC, recorde-se que no arranque de 2020 a diferença de share entre a TVI e a RTP1 era de 0,3%. No mês de abril, essa diferença já se cifrava em dois pontos percentuais e no final de setembro em 4,6%, sempre com vantagem da TVI.

Quando olhamos para os “scores” da informação, começa a desenhar-se um outro quadro.

Em janeiro de 2020, o principal jornal da TVI, "Jornal das 8", teve uma média de 15,8% de share e "Telejornal", da RTP1, obteve 18,8%. Três meses depois, em abril, o jornal da estação de Queluz subiu para 16,6% e o do canal público desceu para 17,3%. Em setembro, "Jornal das 8" teve uma média de 17,21% e o noticiário de horário nobre da RTP1 atingiu a média de 17,14%.

Esta ligeira vantagem de 0,07% fica a dever-se ao excelente comportamento pontual que "Jornal das 8" teve em três momentos perfeitamente detetáveis: a série de reportagens de investigação "O rei dos aspiradores", da autoria de Alexandra Borges, que fez “disparar” as audiências nos dias e no horário de exibição e os espaços de comentário de Miguel Sousa Tavares e de Paulo Portas.

A TVI fez questão de anunciar em comunicado que em setembro alcançou "o melhor resultado nos últimos 16 meses". Isso significa que o acréscimo consolidado de espectadores veio pelo lado dos programas de entretenimento, numa subida não acompanhada pela informação. Sabendo-se que as alterações na informação já estão à vista (novos estúdios, nova linha gráfica, novos rostos, nova direção de informação), o próximo trimestre vai ser muito interessante de seguir: conseguirão "as notícias" da TVI ter fôlego para se nivelar pelo crescimento da programação? Ou continuará a estar dependente dos bons resultados da sua grande reportagem e dos seus comentadores?

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