"Estas linhas de orientação estratégica servem como referencial para o Conselho de Administração da RTP na elaboração do Projeto Estratégico da empresa, ao qual caberá a definição de objetivos, sua delimitação temporal, linhas de ação, e a implementação de indicadores concretos e mensuráveis de gestão e desempenho", refere o CGI no documento "Linhas de Orientação Estratégica 2021-2023".

"O Projeto Estratégico deve ser elaborado no respeito pelo Contrato de Concessão do Serviço Público de Rádio e Televisão e pela legislação em vigor", refere o órgão supervisor.

O documento conta com seis linhas estratégicas para a RTP: uma empresa que "defende o rigor informativo e o pluralismo de opinião"; "promove a difusão de conteúdos de qualidade e inovadores"; "aposta decisivamente nas novas plataformas digitais"; "fomenta o acesso ao conhecimento, a literacia mediática e a formação crítica das gerações mais jovens"; que é "próxima de todos os cidadãos e aberta à sociedade e ao mundo"; e "com gestão responsável orientada para os objetivos do serviço público".

A nova administração da RTP, que sucederá à equipa liderada por Gonçalo Reis, irá elaborar o seu Projeto Estratégico tendo em conta estas linhas estratégicas orientadoras.

No que respeita à primeira linha estratégica - rigor informativo e o pluralismo de opinião -, o CGI adianta que a RTP deve, entre outros pontos, "desenvolver uma estratégia para melhor dar a conhecer o país e as suas regiões, incluindo a designada 'informação de proximidade'", bem como "desenvolver um jornalismo de investigação pautado por um forte sentido de responsabilidade ética e deontológica" e "uma informação diária mais ágil, mais completa, mais contextual e que se autonomize da agenda mediática envolvente".

A informação da RTP tem "que ser capaz de reagir rápida e atempadamente a todas as situações excecionais, incluindo catástrofes, em qualquer parte do país", refere o CGI.

Deve ainda "reestruturar o formato de programas de informação diária e não-diária, em que, não obstante o nível de qualidade atingido, se reconheça a necessidade de rejuvenescimento", "desenvolver a identidade da RTP3" e "repensar e reconfigurar organizacionalmente os modelos e estruturas de trabalho na informação, de modo a desenvolver sinergias e a potenciar os talentos de todos os profissionais que trabalham para os serviços de programas de rádio, de televisão e audiovisual em linha".

Na promoção da difusão de conteúdos de qualidade e inovadores, "cabe à RTP estimular a produção interna de conteúdos que possam servir de referência de qualidade, nomeadamente em programas infantis e juvenis em língua portuguesa", bem como "valorizar as potencialidades do Centro de Produção do Norte", promover a "coerência de grelhas" e o peso relativo de programas dos géneros cultura e conhecimento, entretenimento, juventude e desportos.

Entre outros, cabe também ao grupo de media público deve "promover a defesa da natureza, do equilíbrio entre os humanos e outros seres vivos e a sustentabilidade ambiental".

Deve também "repensar a estrutura organizativa e o organograma da empresa tendo em consideração a necessidade de uma estratégia articulada de desenvolvimento de conteúdos audiovisuais em linha, nomeadamente na informação, na ficção e nos jogos", "desenvolver um plano para as plataformas digitais e de serviços não lineares que potencie a conquista de novos públicos" e aprofundar as experiências de convergência entre "rádio, televisão e audiovisual em linha" e procurar "sinergias" entre estes, salvaguardando "as linguagens próprias e as especificidades de cada um dos meios", lê-se no documento.

Conceber e implementar "um plano de ação para promoção da literacia mediática, em formatos acessíveis e adaptados a pessoas com necessidades especiais", bem como fomentar a divulgação científica e estabelecer "parcerias adequadas de colaboração", são outras das linhas.

"Desenvolver uma estratégia integrada que, não descurando os grandes públicos, comunique com públicos específicos, nomeadamente os infantis e juvenis, os portugueses espalhados pelo mundo, as comunidades de língua portuguesa, as minorias a viver em Portugal, e os públicos interessados em arte e cultura, ciência, conhecimento e novas tecnologias, desporto", entre outros, a promoção da igualdade de género e o incentivo à "reestruturação, relançamento e renovação dos serviços de programas regionais, nomeadamente da RTP Madeira e RTP Açores" são outras das orientações.

"A gestão da RTP deve" fazer da empresa "um modelo de organização responsável e eficaz, no atual quadro de financiamento, racionalizando gastos e aumentando a transparência", acrescenta o CGI, entre outros pontos.

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