Apresenta o Estúdio BTV na Benfica TV desde o início e está a adorar a experiência. Até hoje já levou ao relvado do Estádio da Luz mais de 120 benfiquistas e orgulha-se de ter entrevistado algumas das figuras públicas mais famosas de Portugal. Aos 28 anos, Miguel Domingues, já soma cinco anos de trabalho televisivo e não se imagina a fazer outra coisa. O seu maior propósito é evoluir enquanto profissional e o seu maior sonho: ser pai de um rapaz e uma rapariga.

Já está na Benfica TV há quanto tempo?
Desde o início, fez três anos em novembro. E tem sido uma experiência muito gira porque me tem permitido evoluir profissionalmente para um campo a que eu não estava habituado que são as entrevistas ao vivo, sem cortes. Na SIC só fazia reportagens que posteriormente eram editadas e aí conseguimos limar todos os pormenores.

Aqui o desafio é maior?
Sem dúvida. E já tivemos muitas caras conhecidas: Cláudia Vieira, Teresa Guilherme, Liliana Campos, Paulo Vintém, Joaquim Letria, só para recordar alguns.

São todos benfiquistas?
Sim. A única que não é benfiquista é a Vanessa Oliveira mas foi lá com muito fair play. Até hoje já fizemos mais de 120 programas em pleno relvado do Estádio da Luz e essa é a nossa mais-valia. Sempre que dizemos às pessoas que a entrevista é feita no relvado, todas aceitam.

É uma ideia muito engraçada.
Pois é. As pessoas podem jogar à bola onde os jogadores jogam, para além de falarem sobre as carreiras e promoverem todas as actividades ligadas ao seu trabalho. E também falamos de futebol como não podia deixar de ser...

Simultaneamente trabalha na TV Globo e acaba de apresentar um programa na TVI...
Faço um programa multicultural na TV Globo Portugal, apresentado pela Filomena Cautela, e também tem sido uma experiência muito engraçada. Quanto à TVI, fui convidado pela Filipa Carrêlo para fazer um especial por alturas da junção do Continente com o Modelo. A TVI e a Cruz Vermelha aproveitaram o momento e fizeram uma ação de solidariedade no Continente com transmissão televisiva e foi uma experiência muito gratificante.

Voltar a um canal generalista é sempre bom?
Dispõe de outros meios e tem outra visibilidade e isso para um apresentador é sempre bom.

Há quantos anos começou a trabalhar na SIC?
No início de 2006, precisamente há cinco anos. Comecei como assistente de produção no «Programa da Manhã», apresentado pelo Pedro Mourinho e pela Vanessa Oliveira. Foi o Carlos Rodrigues, que tinha sido meu formador no Cenjor, que me convidou.

Foi bom aluno?
Tive a melhor nota mas o meu sonho era ser jornalista. Quando cheguei à SIC nem sabia qual era o trabalho de um assistente de produção mas lá fui aprendendo. Tinha o horário das 10 às 19 horas, mas como queria muito ser jornalista ia para a SIC às quatro da manhã para acompanhar os jornalistas do «Programa da Manhã» e aprender com eles.

Nem tinha tempo para dormir?
Ia a casa dormir quatro ou cinco horas, mas foi uma grande escola. Deitava-me às nove, dez da noite, e levantava-me às duas, três da manhã.

Foi aí que conheceu a sua amiga Vanessa Oliveira?
Que ainda hoje é das minhas melhores amigas. Aliás, foi a Vanessa que me desafiou a fazer com ela e com o Nuno Eiró um mestrado em Jornalismo na Católica, que estamos a fazer neste momento. É bom investir na nossa formação.

Por onde passou a seguir?
A seguir ao «Programa da Manhã» fui convidado para fazer o «Exclusivo», apresentado pela Bárbara Guimarães e pelo Ricardo Pereira e, depois disso, fui repórter do «Êxtase» e, simultaneamente, fazia diretos para o «Contacto». Também fiz os «Diários da Flor e das Chiquititas» e, quando entrou o Nuno Santos, convidaram-me para apresentar o «Episódio Especial».

Foi aí que acabou aí a SIC para si?
Rescindimos o contrato e fui para a Benfica TV e depois apareceu a TV Globo e mais recentemente a TVI.

Qual é o seu sonho profissional?
É o mesmo que perguntar a um jogador de futebol para onde quer ir jogar. Todos sonham com o Real Madrid, o Manchester ou o Barcelona. Estou muito grato à Benfica TV e à TV Globo, mas não escondo as minhas ambições. Neste momento já estou há mais tempo na Benfica TV do que estive na SIC, e como faço programas semanais nos dois canais posso perfeitamente conciliar a minha disponibilidade com um canal generalista.

Está à espera dessa oportunidade?
Claro que gostava. Apesar de tudo, criei agora um elo com a TVI, mas não sei se vai continuar ou não. Voltar a um canal generalista é o meu desejo seja para trabalhar como apresentador ou como repórter. Nesta altura, sinto-me preparado para abraçar qualquer projeto.

Gostava de ser pai?
Ainda é cedo para pensar nisso mas gostava. Sempre tive o sonho de ter dois filhos: um rapaz e uma rapariga, para o rapaz tomar conta da rapariga ou o contrário.

Tem algum hobby?
Vou ao ginásio pelo menos três vezes por semana e adoro jogar Playstation. Mas, mais de 80 por cento do meu tempo livre, é passado no computador a ver outros canais, nomeadamente americanos, brasileiros, argentinos, franceses e espanhóis e até tenho tudo organizado no meu desktop. Sou tipo um futebol manager mas em televisão (risos).

Um filme que o tenha marcado?
Como vejo muitos filmes, é difícil escolher só um. Adorei o «Gladiador», «O Resgate do Soldado Ryan», «A Cidade de Deus» e «Tropa de Elite I e II» - o cinema brasileiro a marcar pontos.

E um livro?
Gosto muito dos livros do Dan Brown e do José Rodrigues dos Santos. O tipo de histórias é parecido, mas a maneira de escrever é muito diferente. Os meus preferidos são o «Código da Vinci» e a «Fúria Divina». Este último ensinou-me muito sobre o conflito no Médio Oriente.

É católico?
Não sou praticante mas aprendi muito cedo a aceitar as pessoas como são, desde que não interfiram na minha liberdade. Se todos tivessem essa tolerância, podíamos viver num mundo muito melhor.

Onde vai passar férias este ano?
Como no início do ano eu e a minha namorada estivemos na Jamaica, e foi a primeira grande viagem que nós fizemos, provavelmente, no verão, vamos só uns dias ao Algarve, até porque gostamos muito de praia.

É um namorado romântico?
Não sou muito romântico, mas esforço-me por fazer de vez em quando uma surpresa. A última vez, apareci em casa com um ramo de flores porque a Iva estava fechada em casa a estudar para a tese e foi uma forma de a compensar.

Está de bem com a vida?
Estou. Gosto de levar a vida com serenidade.

(Texto: Palmira Correia / Fotos: Bruno Raposo)

*Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico