No ano em que comemora 10 anos de atividade, o Centro de Artes Dramáticas de Oeiras (Dramax) “arrisca num monólogo com características muito especiais” a partir de uma obra na qual os factos da vida da poetisa nascida em outubro de 1932 em Boston, Massachusetts, são narrados “com a mesma dureza” com que Sylvia Plath os viveu, refere o centro.

Interpretado por Teresa Tavares a partir de uma tradução de Marta Mendonça, a peça retrata a vida da autora de “A campânula de vidro”, o único romance escrito pela poetisa que levou a vida a lutar contra a depressão e que viria a suicidar-se aos 30 anos.

Nascida em outubro de 1932 em Boston, Sylvia era filha de Otto Plath, um imigrante alemão, e de Aurelia Schober Plath, da primeira geração norte-americana de uma família austríaca, e acabou por se tornar numa das mais famosas poetisas contemporâneas, fama que só conquistou após o suicídio.

Em 1936, os pais da também romancista e contista mudaram-se com a filha e o irmão nascido um ano antes para Winthrop, também no Massachusetts, onde a mãe de Sylvia crescera.

Foi também em Winthrop que aos oito anos, pouco tempo antes de a mãe enviuvar e se mudar com os dois filhos para outra cidade do Massachusetts, a escritora publicou o primeiro poema, na sessão infantil de Boston Herald.

Frequentou a universidade no Smith College, em Northampton, onde tentou, pela primeira vez, o suicídio, tendo chegado a estar internada numa instituição psiquiátrica. Voltou a tentar suicidar-se várias vezes, tema recorrente do seu único romance que em Portugal está editado pela Assírio & Alvim.

Aluna brilhante, acabou por ali se formar com louvor em 1955, tendo ganho uma bolsa para estudar na Universidade de Cambridge onde continuou a escrever poesia.

E foi nesta universidade inglesa que conheceu o jovem poeta britânico Ted Hughes, com quem viria a casar-se em junho de 1955. Entre 1957 e 1959, o casal viveu nos Estados Unidos onde o poeta lecionou inglês, mudando-se depois para Londres na sequência da gravidez da autora.

Na capital inglesa, foi publicada a primeira coletânea de poemas de Sylvia Plath, “The colossus”.

Um aborto sofrido em 1961 – que se tornou outro tema frequente na escrita de Plath - e a relação atribulada e violenta com Ted Hughes, sobretudo devido à infidelidade conjugal deste, ditaram o fim do casamento em 1962. Sylvia volta então a viver em Londres com os dois filhos, Frieda e Nicholas, de três anos e um ano.

E foi na capital londrina que, a 11 de fevereiro de 1963 a poetisa tomou narcóticos, meteu a cabeça no forno do fogão e ligou o gás. Antes abrira a janela do quarto dos filhos, onde os fechou, vedara a divisão com toalhas húmidas e roupas molhadas, e deixara leite e pão perto das camas.

As crianças e o corpo da autora foram encontrados no dia seguinte pela enfermeira que Sylvia Plath contratara.

“Sylvia Plath” vai estar em cena de quinta-feira a sábado, às 21h30, e ao domingos, às 16h00, até 14 de agosto.