Com imagens de Woodstock, festival onde atuou o músico há quatro décadas e meia, em pano de fundo, Carlos Santana e a sua banda subiram ao palco ao som de "Soul Sacrifice". E a força do grupo ficou de imediato provada: Cindy Blackman Santana na bateria, dois percussionistas, baixo, teclados, trombone, uma segunda guitarra e dois cantores ajudam o mexicano a fazer a festa.
Só ao fim dos primeiros 10 minutos - depois de "Love Makes The World Go Round" e de "Freedom in Your Mind" - é que Santana disse as primeiras palavras ao público. Entre frases em português e inglês, o músico frisou que "esta noite não há espaço para o medo, só para o amor".
Entre palavras de amor e esperança, arranca "Maria Maria", um dos principais sucesso da carreira de Santana. Sem demoras, os smartphones levantaram-se para, entre danças, registarem o momento.
A meio da canção, Santana chamou uma criança para junto do palco e ofereceu-lhe uma palheta. Depois, o mexicano pediu-lhe para tocar um pouco de guitarra.
O arraial continuou com "Samba Pa Ti", "Jin-go-lo-ba", de Babatunde Olatunji, "Evil Ways" e "Love Supreme" (John Coltrane), canção que serviu de base para mais uma mensagem de Carlos Santana. "Somos Lennon, somos Bob Marley. Não queremos saber de religiões nem de políticas. Somos todos uma família. Somente um coração. Uma mente. Uma luz", disse o músico, acrescentando que só quer "paz neste mundo".
Bem ritmados, os músicos foram passeando pelos Rolling Stones e pelos Beatles, por exemplo. Mas o grande coro do MEO Arena provou estar bem afinado em "Corazon Espinado". Com ritmos latinos, a canção deixou todos a dançar - alguns casais bem agarradinhos.
Para abrandar o ritmo, chegou o primeiro solo de baixo que desaguou em "Imagine", com público a cantar a uma só voz o hino de John Lennon.
Depois foi a vez de Cindy (produtora do último álbum da cantora Aurea) conquistar o MEO Arena. Na bateria, a mulher de Santana agarrou no público a um ritmo alucinante.
No final do solo, a baterista chamou ao palco o saxofonista português Carlos Martins que se juntou à banda em "Freedom", "Summertime" e "What's Going On", de Marvin Gaye.
No final, ainda houve tempo para a icónica canção "Smooth", levando o público numa viagem rápida mas emotiva até ao final dos anos 90.
Com 69 anos, Carlos Santana provou que está aí para as curvas. Não são todos os que conseguem estar quase três horas em palco.
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