A peça que Thomas Bernhard escreveu em 1988, escassos meses antes da sua morte, encenada por David Pereira Bastos, inicia a digressão nacional no Centro Cultural do Cartaxo (Santarém), dia 7 de maio, sexta-feira, às 19:30, passando depois pelo Teatro Municipal de Portimão (22 de maio), Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre (29 de maio) e Teatro Municipal de Bragança (4 de junho).

De 20 a 22 de agosto, a peça será exibida no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Na sua página na Internet, o Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) faz uma sinopse da peça sublinhando “a importância da História” num momento em que o mundo assiste à afirmação de “políticas populistas e xenófobas”, do “conservadorismo retrógrado”, que “parecem confirmar um retrocesso civilizacional, político e social”, tornando “urgente regressar à Praça dos Heróis”.

“A 15 de março de 1938, milhares de austríacos aclamavam Adolf Hitler na Heldenplatz [Praça dos Heróis], em Viena, celebrando a Anschluss, a anexação da Áustria pela Alemanha nazi. 50 anos depois, a 4 de novembro de 1988, estreava no Burgtheater a peça de Thomas Bernhard com o mesmo nome, Heldenplatz (Praça dos Heróis), para assinalar o centenário do histórico teatro vienense, bem como os 50 anos da anexação”, afirma.

Segundo a sinopse do espetáculo, a peça “vem assim pôr a descoberto o branqueamento histórico que permitiu que a Áustria se assumisse como a primeira vítima do III Reich, ao invés de um primeiro aliado”.

“Mais do que isso, exponencia a perceção de que as políticas e crenças antissemitas, de extrema-direita, mesmo nazis, estão vivas e presentes na Áustria de 1988 tanto ou mais do que em 1938, como é referido por uma das personagens da peça de Bernhard”, acrescenta.

Uma edição portuguesa da peça de Thomas Bernhard (1931-1989) foi feita em 2015, pelo Teatro Nacional São João, com tradução de Francisco Luís Parreira.

Em 2004, o Festival de Almada acolheu uma encenação de "A Praça dos Heróis", pelo teatro nacional da República Checa.

O Centro Cultural do Cartaxo (CCC) está integrado na Rede Eunice Ageas desde a temporada 2019/2020, tendo sido escolhido entre 19 candidatos, como é destacado numa nota do município cartaxense.

No âmbito desta rede, o CCC recebeu duas peças do TNDMII, “Um outro fim para a menina Júlia”, de Tiago Rodrigues, inspirado no final do clássico de August Strindberg, e “Fake”, de Inês Barahona e Miguel Fragata, tendo a pandemia da doença covid-19 impedido a exibição da tragédia “Antígona”, de Sófocles.

Projeto de difusão de espetáculos produzidos e coproduzidos pelo Teatro Nacional D. Maria II, a Rede Eunice Ageas, lançada em 2016, visa “levar mais teatro a vários pontos de Portugal”.

“'Amadrinhada' pela atriz Eunice Muñoz, a Rede desenvolve-se em parceria com teatros municipais, para reforçar a oferta teatral de qualidade nos seus territórios”, acrescenta a nota.

O CCC passou a fazer parte da Rede Eunice Ageas, em outubro de 2019, juntamente com o Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre e o Teatro Municipal de Bragança, quando o Teatro Municipal de Portimão já se encontrava na Rede.

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