A Playboy, revista lançada em 1953 com uma capa de Marilyn Monroe, anunciou que, face à concorrência dos sites pornográficos, vai deixar de publicar fotos de mulheres nuas.
No entanto, a publicação vai continuar a publicar fotos de mulheres em poses provocantes, explicou o diretor da Playboy, Scott Flanders, ao jornal New York Times.
A revista está à procura de uma nova imagem, uma vez que os sites pornográficos oferecem gratuitamente "todos os atos sexuais imagináveis. [A publicação de fotos nuas] está totalmente ultrapassada", explicou.
A decisão foi tomada após uma reunião com o fundador da revista, Hugh Hefner. Com o advento da pornografia na internet, a Playboy, que vendia 5,6 milhões de cópias em 1975, não vende mais do que 800.000.
Em agosto de 2014, a Playboy removeu do site todas as fotos de mulheres nuas, o que fez com que a média de idade dos leitores passasse de 47 a 30 anos, e o número de visitas aumentasse quatro vezes, de 4 a 16 milhões por mês.
A revista vai continuar a apresentar a "playmate" do mês, mas pretende adaptar-se para ser vista por um público de 13 anos ou mais, explicou um dos diretores, Cory Jones.
Apesar de ser conhecida principalmente pela publicação de fotos de mulheres nuas, a Playboy também publicou ao longo dos anos entrevistas com grandes figuras da história.
Foi nas páginas da publicação que Martin Luther King disse que "a América é hoje uma nação muito doente", que Malcolm X discutiu a luta pelos direitos dos negros, que o músico de jazz Miles Davis explicou que, para os negros, "seria muito melhor se o racismo desaparecesse, se nos pudéssemos livrar desta úlcera que atormenta o estômago".
A revista também publicou vários contos de escritores famosos, como Vladimir Nabokov, Margaret Atwood ou Haruki Murakami e imagens de fotógrafos como Helmut Newton e Annie Leibovitz.
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