Com um orçamento de 1,5 milhões de euros, a empreitada de requalificação do TNSJ obrigará ao encerramento do teatro localizado na Praça da Batalha, no Porto, "entre o final de março e o final de setembro", disse esta manhã Pedro Sobrado na sessão de apresentação da programação desta estrutura cultural que agrega o Teatro Carlos Alberto (TeCA) – onde a temporada começará, em agosto - e o Mosteiro de São Bento da Vitória.

"A obra mantém-se inalterada. A pandemia abateu-se sobre o teatro e nós estamos a criar condições para que o teatro se abata agora sobre a pandemia", referiu o presidente do conselho de administração do TNSJ.

A 11 de fevereiro, foi anunciado, também numa sessão de apresentação de programação, que o TNSJ iria estar fechado de 31 de março a 1 de outubro de 2021 para obras de reabilitação.

A empreitada está integrada numa candidatura global a verbas do programa Norte 2020 no valor total de cerca de 2,3 milhões de euros, 85% dos quais financiados por fundos comunitários e inclui intervenções em equipamentos, ações ligadas à segurança contra incêndios, renovação de paredes, pavimentos e tetos, entre outros aspetos.

Esta manhã, Pedro Sobrado disse que a pandemia da COVID-19, que já provocou mais de 538 mil mortos em todo o mundo, incluindo 1629 em Portugal, teve "evidentemente muito impacto" no TNSJ, destacando a perda em bilheteira de cerca de 120 mil euros.

"[Esta situação] representou um revés nas nossas contas, num orçamento contido, de 180 mil euros, 120 mil dos quais em bilheteira. Entre março e julho não se realizaram 29 espetáculos. O TNSJ não solicitou qualquer apoio financeiro", resumiu Pedro Sobrado que falava aos jornalistas ao lado do diretor artístico, Nuno Cardoso.

Outro dos aspetos destacados na sessão foi a aplicação do plano de contingência quer durante o pico da pandemia, período durante o qual o teatro esteve fechado ao público, quer para iniciar o arranque da nova programação que acontecerá em agosto.

No dossiê de imprensa distribuído, é descrito que "as principais medidas incluem a desinfeção rigorosa das salas e espaços comuns, através de técnicas de nebulização com recurso a solução desinfetante certificada para o efeito".

A capacidade das salas também foi reduzida a cerca de 200 pessoas no TNSJ, quando antes os espetáculos, ainda que de acordo com diferentes formatos, recebiam cerca de 400.

No TeCA, a redução também representa cerca de 50% da capacidade da sala, passando agora a 100 lugares.

Será aplicado o princípio de dois lugares de intervalo entre espectadores ou grupos de espectadores coabitantes e foi criada sinalética criada para manter o distanciamento social.

"Antes do início do período de ensaios, os elencos de atores e intérpretes serão testados à COVID-19, enquanto que a equipa do TNSJ foi já submetida a testes serológicos. O controlo das salas será feito de forma rigorosa, com o apoio dos assistentes de sala. O São João disponibiliza ainda gel desinfetante em vários pontos dos seus edifícios e garante a sistemática desinfeção das instalações sanitárias. É obrigatório, quer para o público quer para toda a equipa, o uso de equipamento de proteção individual", completaram os responsáveis.

Pedro Sobrado destacou, por fim, o apoio via mecenato do BPI e a Fundação "la Caixa", que se traduz num investimento de 100 mil euros em 2020 e prevê a possibilidade de renovação até 2022.