A pianista morreu na sua residência na Parede, concelho de Cascais, vítima de doença oncológica, disse à Lusa o compositor Sérgio Azevedo, que era seu amigo.

Numa publicação na rede social Twitter, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, recordou o trabalho de Olga Prats na interpretação de "inúmeros repertórios e estilos musicais, destacando-se a música de câmara e a produção contemporânea".

Com uma carreira de 69 anos, Olga Prats foi a primeira pianista a tocar e a gravar o argentino Astor Piazzola em Portugal e a divulgar o fado ao piano, nomeadamente as partituras de finais do século XIX e primeiras décadas do século XX de compositores como Alexandre Rey Colaço ou Eduardo Burnay.

Pianista portuguesa, Olga Prats.

Maria Olga Douwens Prats, de seu nome completo, nasceu em Lisboa a 04 de novembro de 1938, fez o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional, que considerava como “a sua segunda casa”, e onde tinham sido alunas a sua mãe e uma tia, e um bisavô professor.

Além de Fernando Lopes-Graça, foi também colaboradora próxima de outros compositores, como Constança Capdeville e Victorino d'Almeida. Todos lhe dedicaram peças e a pianista estreou várias composições suas.

Lecionou no Conservatório Nacional e na Escola Superior de Música de Lisboa até novembro de 2008, e foi uma das fundadoras do Opus Ensemble, em 1980, e do ensemble de teatro musical Grupo ColecViva, em 1975.

Em 2008, o Estado português reconhece a excecionalidade da sua carreira e o seu contributo para a Cultura portuguesa, tendo-a feito feita Comendadora da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.