“Depois de um período mais difícil que nos forçou, a todos, ao isolamento e a manter a distância daqueles que nos são mais próximos, é urgente e necessário falar sobre tristeza e isolamento”, afirma uma nota da Câmara do Cartaxo, no distrito de Santarém.

A residência artística, que vai decorrer no Centro Cultural do Cartaxo, e a Oficina de Técnicas Radicais de Teatro e Dança para Jovens, a decorrer na Biblioteca Municipal Marcelino Mesquita, ambas entre os dias 20 e 24 de julho, integram o processo de criação do espetáculo “Peça Feliz e Direta Sobre a Tristeza”, que será apresentada a 12 e 13 de novembro no Cartaxo.

O projeto, que faz parte da programação regular da Associação Materiais Diversos no Cartaxo para este ano, esteve programado para as férias da Páscoa, mas foi adiado devido à pandemia da COVID-19, afirma o município.

“Reagendadas para este mês de julho, numa altura em que a pandemia ainda obriga a algumas alterações nas nossas vidas e a experienciar sentimentos de maior tristeza e dúvida, estas iniciativas procuram ajudar os participantes a desenvolver estratégias de encaixe destes sentimentos na sua vida e na relação com o outro, promovendo a escuta ativa e a empatia”, sublinha.

A “Peça Feliz e Direta Sobre a Tristeza”, dedicada ao público pré-adolescente, “procura mostrar que os momentos tristes e depressivos são parte integrante da vida e que devem ser geridos e ultrapassados com a ajuda do corpo, da memória, da imaginação, do humor e com uma maior escuta do outro”, acrescenta.

Na oficina vão participar seis jovens com idades entre os 12 e os 15 anos.

A Materiais Diversos, que assegura a programação regular nos concelhos do Cartaxo e de Alcanena (ambos no distrito de Santarém), para além do apoio à investigação e criação artística, numa série de projetos associados, iniciou este mês a realização de atividades em lugares físicos, depois do confinamento imposto nos últimos meses pela pandemia da COVID-19, afirma uma nota da associação, que tem direção artística de Elisabete Paiva.

Além do projeto de Joana Pupo no Cartaxo, Sofia Dinger e Miguel Bonneville estiveram em residência de criação com o projeto “O Primeiro Sol”, nos Estúdios Victor Córdon, em Lisboa, “concretizando o encontro iniciado por via postal em maio”, com “uma troca de cartas entre ambos”.

Por outro lado, Catarina Miranda esteve em residência no Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas, a convite do Festival Walk&Talk, nos Açores, com “CABRAQIMERA”, parte do projeto “Burning Eclipse”.

No âmbito da rede More Than This, o Festival Materiais Diversos vai até Roma, em setembro, com um ciclo especial integrado no Festival Short Theatre, com criações de Catarina Miranda, David Marques, Volmir Cordeiro e Tiago Cadete.

Tiago Cadete vai estar, ainda este mês, em residência artística nos Estúdios Victor Córdon a desenvolver o projeto FIUME, “uma visita guiada ficcional que cruza as histórias do rio Tibre e do rio Tejo”, afirma a Materiais Diversos.

A rubrica “O Tempo das Cerejas”, promovida pela associação, conta este mês com o texto “Em frente, não para trás – ideias radicais para repensar a cultura depois da COVID-19”, da investigadora na área da cultura, da diplomacia e dos assuntos europeus Mafalda Dâmaso.