Contactada pela agência Lusa sobre o anúncio da nomeação do próximo ministro, a direção da REDE mostrou-se "totalmente disponível" para manter "a longa e permanente comunicação que tem tido com a tutela [da cultura] desde a sua criação".

"São muitos os desafios que Pedro Adão e Silva enfrenta, desde a negociação de um aumento real e substancial do orçamento, sem o qual o Ministério da Cultura não cumpre a sua missão, ao reforço da DGArtes [Direção-Geral das Artes], passando pelo acompanhamento e criação de condições para a adoção do Estatuto dos Profissionais da Cultura no setor", lembrou, numa resposta escrita à Lusa, por correio eletrónico.

Em particular, para a dança contemporânea, a estrutura deseja que o novo ministro apresente "uma visão ambiciosa para a área, de definição e implementação de uma política prioritária, como estruturante na cultura contemporânea".

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"Essa política deve equipar-se de uma dotação orçamental equiparada a outras áreas da cultura, pensando a necessidade absoluta de dotar o país com um Centro Nacional para a Dança Contemporânea, ambicionando estratégias reais e concretas para a divulgação [desta arte] na sociedade, e a preservação do património da dança contemporânea para o futuro", defende, na reação.

Por outro lado, a direção da REDE espera que Pedro Adão e Silva "mantenha os vários canais existentes de auscultação das entidades representativas do setor, e o diálogo com os artistas e instituições".

Nascido em Lisboa, em 1974, Pedro Adão e Silva é um académico, especializado em políticas públicas e políticas sociais, licenciado em Sociologia e doutorado em Ciências Sociais e Políticas. Era professor universitário no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, desde 2007, funções que suspendeu depois de ter sido nomeado pelo Governo, em maio de 2021, para liderar a estrutura de missão que organiza as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, até 2024.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou na quarta-feira, ao Presidente da República, a composição do XXIII Governo Constitucional, com 17 ministros, menos dois do que no anterior.

Este é o terceiro Governo chefiado por António Costa e o seu primeiro com maioria absoluta. Pela primeira vez, a composição de um executivo conta com mais mulheres do que homens, excluindo o primeiro-ministro.