Num comunicado hoje divulgado, a promotora Música no Coração anunciou também que, “tendo em conta a declaração do estado de contingência pelo elevado risco de incêndio e a consequente proibição de realização de quaisquer atividades em zona florestal, a organização do Festival vê-se obrigada à única solução possível, a alteração do local, para a viabilização da realização da 26.ª edição”.

“Assim, o festival realizar-se-á no Parque das Nações - Altice Arena, mantendo-se o cartaz na íntegra”, lê-se na nota.

Luiz Montez, da promotora Música no Coração que organiza o festival confirmou também aos jornalistas a alteração do local do festival para a Altice Arena, em Lisboa.

"Fomos forçados a deslocalizar o festival para Lisboa, para a Altice Arena", confirmou Luiz Montez.

“Fizemos todo o possível para que o evento se realizasse no local previsto, mas não foi autorizado, dada a situação atual de contingência. A organização põe a segurança em primeiro lugar e acata todas as decisões das autoridades competentes”, sublinhou a promotora de espetáculos.

"Este estado de emergência impediu-nos de fazer o festival. A lei é cega e o trabalho de três anos vai todo para o lixo, é um prejuízo enorme, mas vamos em frente", acrescentou o promotor.

"Vamos montar já tudo na Altice Arena, nas mesmas datas, manter o mesmo cartaz e tentarmos dar a experiência que podemos dar nesta altura. Já fiz festivais com muito mais calor do que este, mas tenho de respeitar a lei", sublinhou Luiz Montez.

"Vamos trabalhar de dia e de noite para que na quinta-feira os concertos voltem onde já fizemos algumas edições", disse o representante da Música no Coração.

Segundo a organização, os bilhetes são totalmente válidos para a nova localização, mas não haverá campismo.

A 26.ª edição do festival está marcada de quinta-feira a sábado.

Tanto GNR como a Proteção Civil deram parecer negativo à realização do festival no Meco e, falando aos jornalistas, o primeiro-ministro António Costa disse que "nenhum político no seu perfeito juízo vai desconsiderar essas opiniões para ser muito simpático".

A 26.ª edição do SBSR tinha uma festa de antecipação na quarta-feira para os portadores do passe de três dias.

No recinto no Meco, além da área para os concertos, onde já tinham sido colocados quatro palcos, o recinto acolhia também uma zona de campismo para os espectadores e cujo acesso era permitido a partir de quarta-feira.

A última vez que o SBSR aconteceu foi em 2019, também naquele recinto no Meco, tendo tido duas edições adiadas – em 2020 e 2021 - por causa da pandemia da COVID-19.

Portugal continental entrou na segunda-feira em estado de contingência, devido às previsões meteorológicas que apontam para temperaturas muito elevadas nos próximos dias, com o esperado agravamento de risco de incêndios florestais.

A declaração do estado de contingência deve terminar às 23:59 de sexta-feira, mas o Ministério da Administração Interna (MAI) admitiu que poderá “ser prolongada caso seja necessário”. Esta declaração proíbe o acesso, circulação e permanência nos espaços florestais, assim como a realização de trabalhos, nessas áreas.

Na segunda-feira, ainda antes da reunião da Proteção Civil Municipal de Sesimbra, o promotor Luís Montez disse à agência Lusa que a organização do festival estava “a tomar medidas de mitigação exigidas” e que tinha “tudo articulado com a Proteção Civil, bombeiros e segurança privada”, contando com “reforço de bombeiros e segurança para vigiar o campismo”.