A primeira edição do festival literário de Braga “Utopia” vai decorrer de 2 a 12 de novembro, apresentando nomes como Frederico Lourenço, Dulce Maria Cardoso, Afonso Cruz e Susana Moreira Marques, foi anunciado na segunda-feira.

Segundo o do diretor-geral da “The Book Company”, que responde pela organização, também já estão confirmadas as presenças de Ludmila Ulitskaya, escritora russa exilada em Berlim que é há vários anos apontada como candidata ao Prémio Nobel da Literatura, e Karina Sainz Borgo, jornalista dedicada à área da cultura residente em Espanha que dedica muito do seu trabalho às questões sociais e políticas da Venezuela.

“Queremos fazer deste festival o maior evento literário do país”, referiu Paulo Ferreira, sublinhando que o objetivo passa também pela internacionalização.

Segundo adiantou, em 2025 o festival deve chegar a Espanha e em 2027 espera entrar em território “do outro lado do Atlântico”.

“Mantendo uma edição anual em Braga, a internacionalização do festival permitirá criar uma montra para a promoção dos autores e criadores portugueses, colocando Braga no roteiro dos eventos literários de referência”, acrescentou.

Tendo como tema os “territórios literários”, o festival, que substitui a tradicional feira do livro, deverá reunir mais de 100 convidados, dezenas de parceiros e forças vivas da cidade, como bibliotecas, livrarias e agentes culturais e económicos.

“Autores de primeira linha, em diversas áreas da cultura e do saber, marcam a agenda do festival em diversos formatos como conversas, espetáculos, workshops, sessões em escolas, oficinas, passeios literários e outros”, refere um comunicado do município.

A programação irá concentrar-se sobretudo no Espaço Vita, em particular na Capela Imaculada.

O livro enquanto peça central das outras artes e manifestações culturais é o ponto de partida para uma programação que centrará nos fins de semana as propostas para o público em geral e famílias.

Nos dias úteis, o festival estará essencialmente focado no público escolar e institucional.

Para o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, a aposta no “Utopia” representa “muito mais do que investir num novo evento”.

“Estamos a dotar a cidade e a região de uma oferta cultural de forte atratividade turística que consolida a estratégia que temos vindo a seguir na promoção da literatura. É um salto qualitativo para a cultura em Braga e a sua realização anual permitirá potenciar o trabalho em rede junto dos agentes culturais, criativos e económicos”, referiu.

Como sublinhou o autarca, quando se colocou a possibilidade de Braga ser a “casa-mãe” de um festival literário “que partiria de uma cidade portuguesa para conquistar o mundo com uma projeção e qualidade de programação de referência, a resposta foi imediatamente positiva”.

“Estamos a cumprir com este evento os objetivos de estimular a leitura, o contacto com autores de referência, com os nossos próprios autores bracarenses e a cobrir todo o território com o livro”, acrescentou.