Organizado pela associação cultural D'Orfeu, o evento leva assim música do mundo a salas e espaços ao ar livre de Águeda, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ílhavo, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar, Santa Maria da Feira e Sever do Vouga - no que tem o apoio da Direção-Geral das Artes e, este ano, também da congénere Acción Cultural Española.

Com entradas a preços entre os zero e os seis euros, os 14 concertos selecionados para o cartaz de 2021 darão a conhecer o trabalho da catalã Sílvia Pérez Cruz, do trio russo Loyko, do artista búlgaro SkilleR, do grupo galego Luar na Lubre, do coletivo indiano Dhoad Gypsies of Rajasthan e do trio "Yamandu Costa Encontro Ibero-Americano", em que o violão do brasileiro Yamandu Costa se junta ao bandoneon do argentino Martín Sued e à guitarra portuguesa de José Manuel Neto.

Após o cancelamento do festival em 2020, devido à pandemia, a direção do evento assegura que "o Festim regressa aos palcos em segurança", e aposta na mensagem de que é possível "viajar e dançar pelo mundo" ao som de música que cruza o tradicional com o moderno.

No caso de Sílvia Perez Cruz, que abre o festival às 21h00 desta quinta-feira, no Cineteatro Alba, em Albergaria-a-Velha, é descrita como "a atual grande voz da Península Ibérica para o mundo", após vários álbuns aclamados e de dois prémios Goya no currículo. A cantora e compositora atuará também no Centro de Artes de Águeda e no Centro de Artes e Espetáculos de Sever do Vouga.

Já o trio de violinistas Loyko, da Rússia, propõe a execução de um instrumento habitualmente associado à música clássica, num registo distintivo que se caracteriza por "genes ciganos, urbanos e infinitamente românticos", levando essa sonoridade a salas de Ovar e Oliveira do Bairro.

Do artista SkilleR, com atuações marcadas para Sever do Vouga e Lourosa, em Santa Maria da Feira, espera-se "a boca mais rápida do Leste", já que esse "beatboxer" de Sófia "coleciona troféus em todas as grandes competições internacionais" do género, conquistando audiências com um estilo de fusão que cruza "grande sensibilidade e modernidade com a tradição musical búlgara".

Por Estarreja e Oliveira de Azeméis passará o grupo Luar Na Lubre, que a direção do Festim aponta como "o mais internacional e consagrado grupo folk da Galiza", graças a 35 anos de uma carreira inspirada pelo imaginário celta.

Yamandu Costa, Martín Sued e José Manuel Neto, por sua vez, levarão aos palcos de Estarreja e da Gafanha da Nazaré, em ílhavo, o violão de sete cordas, o bandoneon e a guitarra portuguesa, numa reinvenção das "profundas tradições musicais de cada um dos seus países" - Brasil, Argentina e Portugal.

Os últimos concertos do FESTIM estão previstos para a Gafanha, para Azeméis e para Oliveira do Bairro, sendo protagonizados pelos artistas do grupo Dhoad Gypsies of Rajasthan, anunciados como "herdeiros de uma cultura milenar ligada às raízes musicais do deserto indiano". Do espetáculo desses "ciganos do Rajastão" espera-se uma "experiência mágica" com "o ritmo das tablas, o virtuosismo dos dançarinos e acrobatas, e o destemor do faquir".