Ivo Lucas foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão, suspensa por dois anos e acompanhada também por regime de prova.
O advogado do cantor sublinhou, esta sexta-feira, dia 12 de janeiro, à saída do Tribunal de Santarém, que o seu cliente disse sempre "a verdade".
"O meu cliente prestou as declarações que tinha de prestar, com verdade. Podia ter inventado histórias, não as inventou. Contou o que aconteceu, ajudou o tribunal como pôde", frisou Rodrigue Devillet Lima em declarações aos jornalistas.
"Muito provavelmente vou recorrer porque Deus castiga, mas não castiga duas vezes", adiantou. "Sei que é extremamente doloroso para um pai perder uma filha, mas o meu cliente também está a passar um mau bocado", acrescentou o advogado.
A juíza Marisa Dias Ginja considerou, na leitura da sentença, que para a morte da cantora na Autoestrada 1 (A1) “contribuiu o comportamento de todos estes arguidos”: Paulo Neves, que conduzia uma viatura alcoolizado e abaixo do limite de velocidade, a fadista Cristina Branco, que embateu na viatura de Paulo Neves, e o cantor Ivo Lucas, que conduzia o carro em que viajava Sara Carreira e chocou com o carro da fadista.
Os três foram ainda condenados à inibição de conduzir - no primeiro caso por dois anos, no caso do Ivo Lucas por um ano e, no que respeita a Cristina Branco, por nove meses.
Do acidente, ocorrido a 5 de dezembro de 2020, na Autoestrada 1, na zona de Santarém, resultou a morte da cantora Sara Carreira, tendo Paulo Neves e Ivo Lucas sido acusados do crime de homicídio por negligência grosseira, Cristina Branco do crime de homicídio por negligência e Tiago Pacheco por condução perigosa.
Para Tiago Pacheco, o MP defendeu a aplicação de uma multa superior a 600 euros.
As defesas dos arguidos contestaram as acusações e pediram a absolvição ou a atenuação das penas.
Segundo a descrição do acidente, a viatura de Cristina Branco embateu, cerca das 18:30, no veículo de Paulo Neves, que circulava na faixa da direita, a uma velocidade inferior à mínima permitida por lei (50 Km/h) e depois de ter ingerido bebidas alcoólicas.
A viatura de Cristina Branco embateu, de seguida, na guarda lateral direita, rodando e imobilizando-se na faixa central da A1. Apesar de ter ligado as luzes indicadoras de perigo, a fadista, que abandonou a viatura na companhia da filha, foi acusada pelo MP de não ter feito a pré-sinalização de perigo.
Ivo Lucas, por sua vez, embateu contra o carro da fadista. O cantor disse não se ter apercebido do impacto e só ter consciência a partir do momento em que se encontrava "a atravessar a estrada, sem t-shirt e com o braço todo desfigurado”.
No acidente esteve ainda envolvido Tiago Pacheco, que seguia pela via central da A1 em excesso de velocidade, não conseguindo desviar-se da viatura de Ivo Lucas.
O julgamento arrancou a 24 de outubro do ano passado.
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