Segundo a mesma fonte, ler este livro, publicado pela primeira vez em 1961, é “um longo batismo nos mares da humanidade, nos quais é melhor mergulhar do que viver como se nada fosse”.

A obra inclui quatro contos dos anos 1950 e 1960 e “nela avistamos vários náufragos num oceano de adversidades, cujas vidas Tillie Olsen resgata com nobreza: a mãe angustiada de ‘Estou aqui a engomar’, que reflete sobre a filha e o seu espírito vincado pela Grande Depressão [1929]; o militante marinheiro Whitey, que afoga a solidão em copos de uísque e entre velhos amigos, em ‘Eh, marujo, que navio?’; as crianças de ‘Oh, sim’, a história de uma amizade varrida pelas ondas da segregação; e, em ‘Conta-me uma adivinha’, Eva, uma velha matriarca à beira da morte, decidida a remar contra a maré da sociedade patriarcal”.

Tillie Olsen (1912-2007) nasceu no Nebraska, no seio de uma família judia russa, e, segundo a mesma fonte, “cedo se envolveu no ativismo político”, tendo sido presa em 1934, durante a greve geral de São Francisco. “Gozou de grande reputação no movimento feminista e a sua breve mas intensa obra ficcional é fruto de uma estreia literária tardia, possibilitada por bolsas académicas e dificultada por vicissitudes familiares”, refere a Antígona.