Mohamed Abusal, natural de Gaza, vencedor do Prémio Charles Aspry de arte contemporânea, Jumana Emil Abboud, natural da Galileia, selecionada para a Bienal de Veneza em 2015 com o projeto "Ballad of the lady who lives behind the trees", Samira Badran, radicada em Barcelona, que se estreou no cinema com o projeto "Memory of the Land", Hanna Qubty, curador da galeria Al-Markaz e responsável do Paley Center for Visual Arts, em Jerusalém, que baseia a sua produção artística na investigação sobre a condição palestiniana, e Sharif Waked, natural de Nazaré, que esteve em Basileia, em 2020, e que se encontra representado em coleções do Museu Guggenheim, em Nova Iorque, à Fundação Louis Vuitton, em Paris, são os artistas reunidos nesta mostra.

Com curadoria de Rula Khoury, a exposição "Fronteiras Porosas/Porous Borders", no seu texto de apresentação, recorda como, com "a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o 'Estado de despossessão' consumou o seu desígnio: conquistar, despojar e afastar o outro, distanciando-o da sua própria cultura e história". "A partir de então, as fronteiras proliferaram e cercaram todo o tecido real e imaginário de um povo, confinando-o ao silêncio, à indiferença e à detração".

Os artistas e as obras apresentadas nesta mostra visam assim "destacar a luta contra as formas de domínio que ameaçam os atributos e a vitalidade de uma cultura nativa", resgatando "a luta pela linguagem, pela memória e história e, sobretudo, pela resiliência e identidade de gerações que não se deixam subjugar por essas fronteiras".

"Fronteiras Porosas/Porous Borders", que surge no âmbito do projeto "(un)common ground", pode ser vista na Largo Residências, no Largo do Cabeço de Bola, em Lisboa, até 26 de fevereiro, de quarta-feira a domingo, das 12h00 às 23h00.