Foi há 12 anos, no dia 23 de julho de 2010, que o mundo viu nascer os One Direction no “The X Factor”, do Reino Unido. Ao longo do programa de talentos, nem Simon Cowell imaginava o tremendo sucesso que a boy band viria a ter - digressões mundiais, estádios esgotados, canções nos tops mundiais e até um filme-documentário, em 2014.

Em 2015, Zayn anunciou que iria sair da banda. No ano seguinte, chegou a notícia que os fãs mais temiam: Louis Tomlinson, Liam Payne, Niall Horan e Harry Styles decidiram terminar temporariamente o projeto e começar novas aventuras a solo.

Na partida para a viagem fora da banda, todos os elementos contaram com o apoio fiel dos fãs, os ‘Directioners’, e conseguiram colocar canções nas bocas do mundo. Mas foi Harry Styles que conseguiu destacar-se (os números nos serviços de streaming não deixam margem para dúvidas - só no Spotify, o cantor britânico soma mais de 71 450 000 ouvintes mensais) e trilhar um caminho único e novo.

Desde o fim da banda, o artista já lançou três álbuns em nome próprio: um homónimo em 2017; “Fine Line”, em 2019; e “Harry’s House”, em maio. Single a single, Harry Styles foi construindo uma carreira repleta de sucessos, conquistando novos públicos e surpreendendo - das canções ao estilo, o britânico é um ícone no panorama da música pop.

Este domingo, dia 31 de julho, chegou o dia do (re)encontro com os fãs portugueses. O concerto estava esgotado há mais de dois anos, tendo sido adiado por duas vezes devido à pandemia de COVID-19. Há duas semanas, a promotoria disponibilizou cerca de 300 bilhetes extras, que também foram vendidos em poucos minutos.

As portas da Altice Arena, em Lisboa, abriram às 18h00, mas os fãs chegaram bem antes à zona do Parque das Nações. Equipados a rigor com t-shirts, plumas coloridas e cartazes debaixo do braço, o público não disfarçava a ansiedade para entrar na sala - as expectativas eram muitas e, nas últimas semanas, os vídeos publicados no TikTok só aumentaram a curiosidade.

Mal as portas abriram, a correria começou e os gritos de emoção fizeram-se ouvir em toda a zona. Já com a sala praticamente lotada, os Wolf Alice tiveram a missão de aquecer o público. A banda britânica acompanhou o cantor em toda a digressão pela Europa e foi recebida de braços abertos pelo público.

Perto das 21h00, soou nas colunas da Altice Arena “Bohemian Rhapsody”, dos Queen - foi quase como toque que serviu para alertar que o concerto estava quase a começar. O público saltou das cadeiras e cantou a uma só voz o tema - a multidão já tinha provado que estava afinada quando se ouviu “Best Song Ever”, dos One Direction, durante as montagens finais do palco.

Depois de se ouvirem pássaros a cantar, as luzes da sala apagaram-se e sentiu-se um arrepio coletivo. Entre gritos e lágrimas da multidão, ouviram-se os primeiros acordes de “Music for a sushi restaurant” e Harry Styles cumprimentou o público com toda a sua energia. Os comentários sobre a roupa do britânico também não demoraram (os outifts escolhidos pelo artista têm surpreendido e dado que falar): em Lisboa, o cantor escolheu uma t-shirt cor de rosa com um peluche e umas calças cor de rosa e castanhas.

Tal como tem acontecido em toda a “Love on Tour”, que já passou por cidade como Madrid, Berlim, Budapeste, Amesterdão, Paris, Dublin ou Londres, na abertura do concerto, Harry Styles entregou uma mão cheia de sucessos - depois de “Music for a sushi restaurant”, seguiu-se "Golden", "Adore You", "Daylight" e “Cinema”, que garantiram um arranque triunfal.

“Boa noite, Lisboa. O meu nome é Harry Styles e sejam bem-vindos ao último concerto da digressão. Obrigado por estarem cá esta noite (...) Esta noite peço-vos que sejam o que querem ser”, pediu o britânico depois de passear pelo “língua” do palco para acenar a todos os fãs.

Ainda antes de partir para “Cinema”, o artista pediu ao público para dar as mãos: “Olhem para a direita e digam ‘adoro-te’ à pessoa ao vosso lado. Agora, digam à pessoa à vossa esquerda. Fechem os olhos e digam ‘adoro-te’”.

Sempre enérgico - nem o microfone com fios impede Harry Styles de correr -, e depois da ovação em “Keep Driving”, o cantor aproximou-se do público para um momento emotivo. “Matilda”, “Boyfriends” e “Lights Up” - que contou com um manto colorido de luzes - carimbaram um dos momentos de maior comunhão entre o público e o artista.

Mas se o concerto estava a ser especial para Harry Styles e todos os fãs, a noite ficou para sempre na memória de um casal. Mariana e João assistiram ao espetáculo nas primeiras filas e o jovem conseguiu convencer o artista a passar-lhe o microfone. “Namoram há pouco mais de um ano? Que acham? Damos-lhe o microfone?”, brincou.

Pouco depois, João recebeu o microfone do cantor e surpreendeu tudo e todos a cantar “Can't Help Falling In Love”, de Elvis Presley. Depois do dueto improvisado, o jovem, de joelhos, pediu a namorada em casamento. Mariana não hesitou em dizer “sim”, recebendo uma das maiores ovações da noite.

"Estamos aqui a celebrar o noivado do João e da Mariana", festejou o cantor. Mas antes de seguir para “Treat People With Kindness”, Harry Styles fez ainda uma confissão aos fãs. "Queria dizer-vos qual a minha segunda coisa favorita em Portugal", frisou, pegando depois num pastel de nata. “Isto é incrível”, sublinhou o cantor.

A emoção continuou em níveis elevados com “What Makes You Beautiful”, um dos singles de maior sucesso dos One Direction e que foi cantado a uma só voz (mesmo pelos não fãs da banda).

O início do fim do último concerto da digressão contou com “Late Night Talking” e “Love of My Life” que, para os fãs e segundo os alinhamentos dos últimos espetáculos, seriam as últimas canções antes do encore. Mas, em Lisboa, Harry Styles quis surpreender e brindar o público com “Fine Line”. A receção ao tema de 2019 foi, como seria de esperar, calorosa e garantiu aos fãs um dos momentos mais marcantes da noite.

Depois do habitual momento de “só mais uma”, o artista inglês voltou a palco para “Sign of the Times”, “Watermelon Sugar” e um dueto especial com Ellie Rowsell, vocalista dos Wolf Alice, ao som de "No Hard Feelings", single da banda britânica.

“Obrigado. Significa muito para mim terem vindo”, agradeceu Harry Styles antes de se despedir em apoteose com “As It Was” e “Kiwi”.

Durante quase duas horas, Harry Styles levou o público para o seu mundo encantando e repleto de amor. Carismático e com uma presença ímpar em palco, o cantor deu tudo o que os fãs esperavam e muito mais. “Foi o melhor concerto da minha vida”, atirou um jovem ao sair da Altice Arena. “Ainda estou a digerir. Foram muitas emoções e estou sem palavras”, confessou um pai ao filho.

Se ainda existissem dúvidas, foram todas dissipadas na noite deste domingo: Harry Styles é uma das estrelas maiores da música mundial e um ícone para diferentes gerações. Não sabemos para quando o regresso, mas a Altice Arena será pequena para o voltar a receber.

ALINHAMENTO:

  • Music for a Sushi Restaurant
  • Golden
  • Adore You
  • Daylight
  • Cinema
  • Keep Driving
  • Matilda
  • Boyfriends
  • Lights Up
  • Satellite
  • Canyon Moon
  • Treat People With Kindness
  • What Makes You Beautiful (One Direction)
  • Late Night Talking
  • Love of My Life
  • Fine Line

ENCORE

  • Sign of the Times
  • Watermelon Sugar
  • No Hard Feelings (dos Wolf Alice, em dueto com Ellie Rowsell)
  • As It Was
  • Kiwi