“Esta vai ser uma feira de reencontro”, resumiu Mário Ferreira da Silva, da Galeria Lehmann + Silva, do Porto, justificando que “as pessoas estão com vontade de retomar as suas vidas da pré-pandemia e por isso as expectativas são boas.

Esta galeria, que participa na ARCOlisboa pela segunda vez – a primeira foi em 2019 –, estará na secção Opening, dedicada a novas galerias portuguesas e estrangeiras, como a NO-NO, a Verve ou a Double V, entre as 13 selecionadas.

Em 5.ª edição, o certame volta à capital até domingo, com a participação global de 65 galerias de 14 países, numa organização da IFEMA Madrid e da Câmara Municipal de Lisboa.

No Programa Geral estarão 43 galerias, e nove integram o programa África em Foco, secção que também regressa, depois da estreia em 2019, para dar destaque à arte contemporânea de criadores daquele continente ou da diáspora.

ARCOlisboa

“O comércio online cresceu muito durante a pandemia, mas agora está a diminuir, e a aumentar o das feiras”, apontou ainda Mário Ferreira da Silva à Lusa sobre a forma como a atividade do setor se tem adaptado às flutuações provocadas pela pandemia.

Para o galerista, um dos fundadores do espaço portuense, em 2017, - que apresenta na feira obras de dois artistas portugueses, Alice dos Reis e João Gabriel, “sem dúvida que a experiência ao vivo é muito mais intensa”.

Convicto de que “o mercado europeu de arte contemporânea já está numa fase de retoma”, Ferreira da Silva, espera que o público regresse à ARCO para “o reencontro”.

Na mesma linha, Sónia Ribeiro, fundadora da galeria This is Not a White Cube, com espaços em Luanda, onde começou, e em Lisboa, disse esperar “conectar com um público novo para promoção dos artistas”.

“2019 correu-nos bem, portanto esperamos que este ano, depois de passada a reclusão da pandemia, à ARCOlisboa regresse também o seu público fiel”, comentou à Lusa.

A galeria – incluída na secção África em Foco - representa não apenas artistas africanos lusófonos, mas outros daquele continente, nomeadamente da África do Sul e do Congo, tendo vindo a alargar a representação na feira, e este ano exibe obras de Dagmar van Weeghle, Francisco Vidal, Cristinao Mangolo, Stephanie Conrade, Patrick Bongoy e René Tavares.

“É nossa intenção tentar retirar a ideia de exotismo e desconstruir esse olhar que ainda subsiste sobre os artistas africanos”, sublinhou Sónia Ribeiro.

O programa África em Foco conta, entre outras, com a participação de galerias como a Movart (Angola), Afriart (Uganda), Arte de Gema (Moçambique), Smac Gallery e Everard Read (África do Sul), 31 Project e 193 Gallery (França) e a .insofar (Portugal).

Para o Programa Geral foram selecionadas galerias como Cristina Guerra Contenporary Art, 3+1 Arte Contemporânea, Balcony, Bruno Múrias, Filomena Soares, Pedro Cera, Francisco Fino, Galeria 111 (Lisboa), Greengrassi (Londres), Helga de Alvear (Espanha), Krinzinger (Viena), Marra/Nosco (Bruxelas), e a Galeria de las Misiones (Montevideu), entre outras.

Júlio Criado, diretor da Galeria Alarcon Criado, com sede em Sevilha, Espanha, também está neste programa da feira na expectativa “positiva e emocionada de regresso do público, para um intercâmbio e diálogo só possível presencialmente”.

“Depois da pandemia, decidimos voltar porque nos identificamos muito com o projeto da ARCO”, apontou, também em declarações à agência Lusa.

No expositor, apresenta obras de três artistas: Cristina Mejias, Belén Rodriguez e Bernardo Ortiz.

As galerias participantes vão apresentar igualmente os seus conteúdos 'online', na plataforma ARCO E-xhibitions, acessível através do sítio da ARCOlisboa.

Na quinta-feira, a entrada é exclusiva para colecionadores e profissionais e, entre sexta-feira e domingo, será para o público em geral.