O projeto é apresentado na quarta-feira às 18:00, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.

“O Homem em Eclipse” que dá título ao álbum, a editar na próxima sexta-feira, em CD e vinil, é o segundo tema do alinhamento, lido por Miguel Borges com acompanhamento musical de Rodrigo Leão (sintetizadores) e Gabriel Gomes (acordeão).

O alinhamento abre com “You Are Welcome to Elsinore”, dito por Cesariny.

A voz do poeta é registada neste projeto na interpretação dos poemas “Pastelaria” e “Voz”, a solo, e ainda “Há uma hora, há uma hora certa”, “Navio de Espelhos”, estes com música criada por Rodrigo Leão e Gabriel Gomes, e “Queria de ti um País”, com música de Leão.

As gravações dos poemas ditos por Mário Cesariny foram “gentilmente cedidas” pela discográfica WMI-Valentim de Carvalho.

Quinze poemas constituem o alinhamento do álbum, entre eles “Aeroporto”, “Autobiografia”, “Lembra-te”, “Despertar”, “XIII” ou “Quem me dera”.

O projeto inclui ilustrações de Mário Cesariny, cedidas pela Fundação Cupertino de Miranda.

O projeto “Os Poetas” surgiu, na década de 1990, dos encontros entre Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Hermínio Monteiro (1952-2001), então editor da Assírio & Alvim, “em cujo espólio existiam gravações de poetas dizendo os próprios poemas”, segundo nota da Uguru, que chancela a edição.

Em 1997, foi editado o CD “Entre Nós e as Palavras”, resultado de meses trabalho de composição e “de uma afinidade com os poetas escolhidos e da amizade cúmplice” entre Leão e Gabriel Gomes, com o violoncelista Francisco Ribeiro (1965-2010), ex-Madredeus, e a violetista Margarida Araújo.

“Os Poetas” regressaram em 2012, com novas músicas e outros poetas, tendo o ator Miguel Borges sido convidado para dizer os poemas.

O ensemble incluiu também a violinista Viviena Tupikova e a violoncelista Sandra Martins.

Referência fundamental do surrealismo português, Cesariny é tido como uma das maiores vozes da poesia portuguesa do século XX, sendo de destacar ainda o seu trabalho como antologista, compilador e historiador, um tanto polémico, das atividades surrealistas em Portugal.