“Foi gravado em circunstâncias especiais, com uma guitarra doada à cidade de Coimbra que pertencia a Carlos Paredes, no estúdio onde ele habitualmente gravava, na Valentim de Carvalho”, disse à agência Lusa Bruno Costa.

O também diretor musical do projeto “100 Paredes”, concebido em Coimbra, na cidade natal do mestre da guitarra portuguesa, e integrado na programação nacional intitulada “Variações para Carlos Paredes”, criada para assinalar os 100 anos do nascimento do guitarrista e celebrar o seu legado, destacou “pormenores muito interessantes” da gravação do novo disco.

“Foi gravado com os microfones que o gravaram a ele, com os tripés que seguram os microfones que gravaram o Carlos Paredes e, até, um engenheiro de som que estava lá, chegou a acompanhar as últimas gravações do Carlos Paredes”, revelou.

“Só não estava o Carlos Paredes, estava o Bruno Costa, que é efetivamente inferior, mas é o que temos agora. Sou um grande admirador e faço o meu percurso como artista à volta do trabalho dele e do seu pai e avô também”, notou.

Com lançamento agendado para o final de março, no Museu do fado, em Lisboa, o disco terá uma primeira edição comemorativa, numerada, de 100 unidades, e o livro interior (booklet) será a reprodução de uma exposição itinerante sobre Carlos Paredes, que estará em circulação pelo país ao longo deste ano, disse, por seu turno, o programador artístico André Varandas.

Coeditado pelos parceiros da rede “100 Paredes”, que integra, entre outras entidades, 15 municípios de todo o país, a quem se destinam a edição comemorativa, o disco terá, também, uma edição comercial para quem o quiser adquirir.

Num programa que terá, no total, cerca de 80 eventos com apresentação nacional e internacional em nove países da Europa, Ásia e África, outro destaque vai para um jantar-concerto solidário, a 30 de abril, em Coimbra, cujas receitas reverterão para a Associação Portuguesa de Doenças Neuromusculares, assinalando o facto de Carlos Paredes ter morrido, em 2004, com uma doença degenerativa.

Em dezembro de 1993, o músico foi diagnosticado com mielopatia, doença que lhe atacou a estrutura óssea e que o impediu de tocar a guitarra que o celebrizou.