
O autor, que trabalhou em Portugal com os Deolinda, os Gaiteiros de Lisboa ou Bernardo Sassetti, começou o programa "Beyond Fado" ("Além do Fado") em março "para mostrar ao público americano que há música portuguesa além do fado, em quantidade e qualidade."
Nelson vive em Modesto, na Califórnia, desde o ano passado, trabalhando como produtor numa sala de espetáculos de São Francisco e consultor numa editora de World Music.
Pouco depois de chegar aos EUA, foi convidado por uma amiga para produzir um especial de duas horas numa rádio da Califórnia sobre música portuguesa, o que lhe deu a ideia para o programa.
O "Beyond Fado" pode ser ouvido a qualquer hora através da internet, mas é transmitido em direto todas as terças-feiras, às 12h00, na Party 934 "uma rádio independente ouvida na zona do Vale do Hudson, em Nova Iorque, que é uma das regiões mais populosas do planeta, com milhões de pessoas", explica o autor.
"Tenho tido reações muito boas. Sobretudo de pessoas da indústria, que dizem que não há um programa sobre música portuguesa além do fado que seja totalmente feito em inglês e para um público americano", diz.
Na sua 15ª edição, esta terça-feira, o programa termina uma retrospectiva que começou no ano de 1907, com gravações raras de Avelino Batista e Delfina Victor, e vai até 2013 com temas dos Deolinda e de J. P. Simões. A partir da próxima semana, cada programa terá um tema diferente.
Nelson inclui sempre explicações sobre o país e o autor da música. Quando fez os programas sobre a década de 60 e 70, por exemplo, explicou quem era António de Oliveira Salazar e o que era a Revolução dos Cravos antes de introduzir temas de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira.
"Como as pessoas não percebem as letras e não sabem quando foram escritas, tenho de contextualizar, explicar quem são os autores, em que momento da história foram escritos", justifica.
Nelson inclui alguns fados nos programas, mas poucos porque "o objetivo é mostrar que há música portuguesa além do fado e de artistas como a Mariza ou a Ana Moura, que já esgotam salas nos Estados Unidos."
@Lusa
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