Kawakami e os seus colegas pediram a 44 voluntários, incluindo músicos e não especialistas, para ouvirem duas peças de música melancólica e uma música mais feliz. Cada participante utilizou, depois, um conjunto de palavras chave para avaliarem a sua perceção da música e o seu estado emocional.

As peças melancólicas incluiam "La Séparation", de Glinka, e "Sur Mer", de Blumenfeld. A música mais feliz escolhida foi a Allegro de Concierto, de Granados.

Os investigadores explicaram que a música melancólica envolve emoções contraditórias, pois os participantes no estudo tendiam a classificar este tipo de música como mais trágica, menos romântica e alegre do que sentiram, na verdade, ao ouvi-la.

“De uma forma geral, a música melancólica induz tristeza nos ouvintes, e essa emoção é considerada uma emoção desagradável. Se a música melancólica evocasse apenas esse tipo de emoção, nós não a ouviríamos”, revelam os investigadores no seu estudo.

“A música que compreendemos como triste induz, na verdade, emoções românticas e também emoções tristes. E as pessoas, independentemente da sua formação musical, experienciam emoções ambíguas ao ouvir música melancólica”, concluíram os investigadores.

Ao contrário da tristeza, no nosso dia-a-dia, quando experienciada através de arte, na verdade parece agradável, possivelmente devido ao fato de que esta última não constituir uma ameaça à nossa segurança. Estas conclusões podem auxiliar as pessoas a lidarem com as emoções negativas nas suas vidas, concluem os autores.

Paulo Costa