"Elogio da desordem", editado esta semana em álbum, é descrito como um monólogo da pianista num piano semi-preparado, acompanhado ainda de caixas de ruídos, eletrónica, amplificadores e voz.

"Um piano semi-preparado é um piano com pequenas deformações, que não são alterações totais - com a colocação de objectos nas cordas. Interessa-me explorar os limites, as subtilezas do instrumento", afirmou a pianista à agência Lusa.

Joana Sá, com formação superior em piano, tem desenvolvido trabalho - em estudos e composições - na área da música nova e contemporânea. Integra o grupo Powertrio, Máquina Lírica (com Marco Franco) e o projeto Almost a Song (com Luís José Martins).

Para a compositora, que na adolescência foi baixista do grupo rock alternativo Pinhead Society, a melhor forma de se expressar musicalmente "é dentro dessa busca dos limites do som".

"Elogio da desordem", segundo álbum discográfico, depois de "Through this looking glass" (2010), remete para a ideia de um "espaço interior onde as coisas estão em desordem, ainda não estão categorizadas".

"Mas é claro que no contexto político-social [português], é também um discurso dos dias de hoje, como é que uma sociedade se organiza e sobre a violência dos discursos", afirmou Joana Sá.

No álbum, Joana Sá incluiu textos do escritor Gonçalo M. Tavares ditos por Rosinda Costa. Ao vivo contará ainda com a componente de vídeo, de Daniel Costa Neves e Pedro Diniz Reis.

@Lusa