The Weeknd começou por chamar a atenção de publicações como a Pitchfork ou a Rolling Stone através das canções que partilhava nas redes sociais, tendo conquistado milhares de fãs com as mixtapes “House of Balloons”, “Thursday” e “Echoes of Silence”. A coletânea “Trilogy”, editada em 2012 e que reúne as três mixtapes, conquistou o disco platina nos Estados Unidos e Canadá e estreou-se no quarto lugar do Billboard Top 200.

E isso foi apenas o início. Em 2015, o artista fez a grande passagem de fenómeno underground da internet para os principais palcos da cena musical atual, com o lançamento do disco “Beauty Behind The Madness”. O segundo álbum de estúdio do músico, que conta com temas como as “The Hills”, “Can’t Feel My Face” e “Earned It”, alcançou a tripla platina.

“Starboy”, de 2016, apanhou os fãs de surpresa quando foi apresentado com uma colaboração com a dupla francesa Daft Punk - o alinhamento conta ainda colaborações de Lana Del Rey, Kendrick Lamar e Future. O terceiro disco de estúdio entrou diretamente para o primeiro lugar do iTunes, com o single homónimo, tendo inclusive atingido proporções históricas, ao bater o recorde do maior número de streams em apenas um dia no Spotify.

Já com um lugar entre as maiores estrelas da música da atualidade, Abel Tesfaye lançou “After Hours” e os sucessos multiplicaram-se. Em 2022 chegou “Dawn FM” (disco que conta com colaborações com Tyler, the Creator, Lil Wayne, Quincy Jones, Oneohtrix Point Never e  ator Jim Carrey) e, mais uma vez, o músico voltou a conquistar os tops mundiais e afirmar-se com um dos artistas mais ouvidos nos serviços de streaming em todo o mundo.

Veja na galeria as fotos do concerto:

Para lá dos números de ‘streams’, a popularidade de The Weeknd é provada ao vivo. Depois de duas passagens por Portugal - em 2012 atuou no festival Primavera Sound, no Porto, e em 2017 no festival NOS Alive, em Oeiras - o músico regressou esta terça-feira, dia 6 de junho, ao Passeio Marítimo de Algés (o artista deveria ter regressado a Portugal em outubro de 2021, mas  decidiu cancelar a digressão mundial. O canadiano quis reformular o espetáculo e reajustar a digressão, que acabou por arrancar apenas no verão de 2022).

Inicialmente, Portugal não estava na lista de paragens de The Weeknd. Depois de muitos dos fãs terem (quase) perdido a esperança, o músico confirmou que a digressão "After Hours Til Dawn" arrancaria em Oeiras. E assim foi e com muitas surpresas, especialmente no alinhamento.

Uma boneca gigante, máscara e êxito atrás de êxito

The Weeknd concert in Lisbon

Esta terça-feira, dia 6 de junho, o Passeio Marítimo de Algés (a ‘casa’ do NOS Alive) encheu-se para receber The Weeknd. Mesmo antes do concerto arrancar, o gigantesco palco surpreendeu tudo e todos - o músico já tinha mostrado algumas imagens nas redes sociais, mas só ao vivo é possível admirar todo o cenário apoteótico e futurista.

À hora marcada, The Weeknd subiu ao palco ao som de "Take My Breath" e, nos primeiros minutos, lançou todas as pistas do que viria a ser uma noite triunfal - é quase impossível imaginar que um artista teatral como Weeknd não iria preparar um espetáculo completo, com cenário, luzes e dança.

No grande palco, que recria a vista de uma cidade, além da lua gigante, o artista escolheu colocar uma estátua feminina, em crómio, criada pelo artista japonês Hajime Sorayama. No ambiente urbano e em ruínas, o músico, vestido de branco e com uma máscara (que só tirou a meio do concerto), foi acompanhado por um grande grupo de bailarinos e, claro, pelo coro da multidão.

Depois de apresentar "Take My Breath" no topo do palco, The Weeknd desceu com os seus bailarinos para a passadeira e contagiou a multidão com "Sacrifice (Swedish House Mafia remix)". Seguiu-se "How Do I Make You Love Me?".

Sempre em movimento pelo palco - que se prolongava pelo Passeio Marítimo de Algés -, à quarta canção, o canadiano ficou a conhecer toda a energia do público: “Can't Feel My Face” marcou o primeiro grande momento da noite, com o público a cantar com considerável eco todos os versos do single de “Beauty Behind The Madness”.

Sem tempo para repor energias, "Lost in the Fire" (Gesaffelstein cover) e "Hurricane" (Kanye West cover) abriram caminho para "The Hills", "Often" e "Crew Love" (Drake cover). E a noite já estava ganha, mas Abel Tesfaye ainda tinha muitas cartadas na manga para surpreender a multidão - e uma máscara para tirar.

The Weeknd

Apesar de a banda não estar sempre visível no gigantesco palco, os músicos fizeram-se ouvir em vários momentos do concerto, especialmente em temas como  "Take My Breath" e "Hurricane" ou a sensual “Ofter”, que antecedeu “Crew Love”.

O ritmo frenético não abrandou com "Starboy", que foi recebido com total euforia. Depois, o artista apostou num medley com "House of Balloons" e "Glass Table Girls", abrindo caminho para a segunda parte da noite, onde as pulseiras da multidão se iluminaram em vários momentos.

Depois de "Heartless" e "Low Life", o concerto seguiu com canções dos dois mais recentes álbuns do cantor - “Dawn FM” e “After Hours” -, e com sucessos que recarregaram a energia das 60 mil pessoas que encheram o recinto. "Reminder", "Party Monster" e "Faith" aqueceram a pista para "After Hours". Já “Out of Time” aconchegou corações e convidou a danças entre os mais apaixonados. 

Logo depois, mais uma explosão de energia e mais um momento de comunhão total entre o público e o artista. Porquê? Culpa de “I Feel It Coming”, um dos maiores sucessos da carreira de Weeknd e que foi celebrado e cantado por todos a uma só voz.

A noite já caminhava para o fim, mas ninguém queria ir para casa apesar da chuva. E o que estava para vir pedia ainda mais energia. Sem pausas, o artista continuou a viagem com “Die For You”, antes de relaxar com “Is There Someone Else?” e “I Was Never There”.

Seguiu-se  "Wicked Games” e “The Morning”, temas que fizeram parte da mixtape de estreia “House of Balloons”. Pelo meio houve a poderosa “Call Out My Name” e todos podemos imaginar como foi recebida pelo público.

The Weeknd

A força da atuação teatral de Weeknd em palco ganhou sempre força quando as pulseiras do público se iluminaram em total sintonia com as batidas e os impressionantes jogos de luzes. “Save Your Tears” foi um desses momentos, criando um cenário cinematográfico, onde o artista dividiu protagonismo com as 60 mil pessoas.

Antes do adeus, o artista trouxe “Less Than Zero”, com as pulseiras a criarem um manto azul no Passeio Marítimo de Algés, numa canção sobre a incapacidade de enfrentar “a verdade mais sombria”. 

Qualquer um dos êxitos de Weeknd iria garantir um final em apoteose, mas o músico escolheu “Blinding Lights” para a despedida. Uma aposta certeira que quase serviu de resumo de toda a noite: um espetáculo completo, com uma superestrela que domina o palco e que, apesar da dimensão do recinto, consegue tornar o concerto intimista.

Mas o público pediu mais e mais e The Weeknd voltou a palco com "Double Fantasy" "Creepin’" (Metro Boomin cover) e "Popular", que garantiram um final de noite em clima de festa e com uma promessa do artista: um regresso em breve (e o público agradece).

ALINHAMENTO:

Take My Breath
Sacrifice (Swedish House Mafia remix)
How Do I Make You Love Me?
Can't Feel My Face
Lost in the Fire (Gesaffelstein cover)
Hurricane (Kanye West cover)
The Hills
Often
Crew Love (Drake cover)
Starboy
House of Balloons / Glass Table Girls
Heartless
Low Life (Future cover)
Reminder
Party Monster
Faith
After Hours
Out of Time
I Feel It Coming
Die for You
Is There Someone Else?
I Was Never There
Wicked Games
Call Out My Name
The Morning
Save Your Tears
Less Than Zero
Blinding Lights

Encore:
Double Fantasy
Creepin’ (Metro Boomin cover)
Popular