
O concerto, no âmbito do festival Mexefest, tem por título "Brasil d'Agora", é protagonizado por três músicos daquilo que habitualmente é descrito como "nova geração da música brasileira", nascida fora do cenário das grandes editoras discográficas e que conquistou público com a ajuda da Internet.
Cícero Lins, Momo (Marcelo Frota) e Wado (Wado Schlickmann) conhecem-se há vários anos, já compuseram uns para os outros, fizeram parcerias em palco e registaram-nas em vários discos.
O concerto em Lisboa tanto oficializa essa partilha dos palcos brasileiros, como serve também de apresentação de cada um dos músicos em Portugal, onde estão pela primeira vez. Para Cícero e Momo é mesmo a primeira vez na Europa.
Em entrevista conjunta à agência Lusa, num estúdio em Lisboa onde têm estado a ensaiar há vários dias, Cícero, Momo e Wado explicaram que este concerto no festival é apadrinhado pelos dois lados do Atlântico, pelos músicos Marcelo Camelo e Fred Ferreira (baterista dos Orelha Negra).
O concerto será uma mistura de repertório de cada um dos músicos, um "'best of' que ninguém conhece aqui", disseram Wado e Momo, ainda sem expectativas do que esperar, em termos de público, na atuação de sábado.
Apesar de dizerem, na brincadeira, que são "celebridades anónimas", a verdade é que o percurso dos três músicos passou nos últimos anos por uma maior aproximação do público através da Internet, das redes sociais.
Cícero Lins - que terá também concertos em dezembro em Espinho e Coimbra - diz que é "da primeira geração da música brasileira que nasceu já dentro da Internet. Os outros vieram antes e estão-se adaptando à fase do 'agora'". Dos três, Cícero é quem tem mais pessoas a segui-lo no Facebook, e os dois álbuns - "Canções de apartamento" e "Sábado" - foram disponibilizados de forma gratuita na Internet. "O meu público, ele não é só feito de quem gosta de música brasileira. É feito essencialmente por quem tem acesso à Internet", disse.
Momo e Wado, que têm uma discografia maior, admitiram que os registos mais recentes foram mais escutados e visitados do que os anteriores. O último álbum de cada um deles - "Cadafalso", de Momo, e "Vazio Tropical", de Wado - também estão disponíveis para 'download' gratuito. "Tem um grau de anonimato que todos nós frequentamos, se tiver em conta o tamanho do Brasil", afirmou Wado, enquanto Momo reconhece que a geração dele "faz música sem muito compromisso". "A gente consegue viver do que faz. Não vira coisa massiva, mas nada virá coisa massiva hoje. Só lixo", sustentou Wado, que viu parte do último álbum ser gravado e produzido em Portugal, por Marcelo Camelo e Fred.
No concerto de sábado em Lisbooa, os três músicos estarão acompanhados por um trio de músicos portugueses: Fred Ferreira, Bernardo Barata e Alexandre Bernardo. O festival Vodafone Mexefest começa hoje em várias salas da avenida da Liberdade e da Baixa.
@Lusa
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