
Ao lado dos Sodom e dos Destruction, os Kreator são uma das faces mais reconhecidas do movimento thrash europeu. Porta-estandartes da tendência em território germânico, Mille Pettroza e companhia surgiram no início dos anos 80 e, ao longo da década seguinte, estabeleceram-se como um dos nomes mais influentes e aplaudidos saídos do fenómeno, graças a uma sequência de clássicos intemporais composta por “Endless Pain” (de 1985), “Pleasure To Kill” (de 1986), “Terrible Certainty” (de 1987), “Extreme Agression” (de 1989) e “Coma of Souls” (de 1990). Combinando o extremismo naturalmente inerente ao estilo que os caracteriza desde o início com uma implacabilidade mordaz – espelhada em letras fortemente politizadas, que têm uma clara tendência para apontar o dedo e não se furtarem a expor assuntos controversos – a banda de Essen não só sobreviveu incólume aos anos 90, como acabou por influenciar todas as gerações vindouras interessadas em replicar o seu génio violento. Pelo caminho mantiveram-se sempre persistentes e uma força imparável ao longo de uma carreira que, por esta altura, já atingiu a marca das três décadas, assinando verdadeiras declarações de vitalidade com os registos mais recentes, de que são ótimos exemplos “Violent Revolution” (de 2001), “Enemy of God” (de 2005), “Hordes of Chaos” (de 2009) e “Phantom Antichrist” (de 2012).
Para os apreciadores de metal, a expansão de sub-géneros tende muitas vezes a ser vista como uma mera casualidade, mas, para quem gosta de ouvir música épica e pesada, as últimas décadas foram ricas no surgimento de nichos que fazem a ponte entre os mundos mais obscuros do thrash/death metal e os ambientes do heavy/power metal sinfónico. Porta-estandartes do female fronted metal, os Epica são uma dessas bandas e, numa tendência dominada por exuberantes vocalizações femininas e sons orquestrais, os holandeses têm sabido exatamente como progredir e evoluir desde que, em 2003, se estrearam com “The Phantom Agony”. Nessa altura, já os Nightwish davam cartas dentro do género e, quando Mark Jansen resolveu abandonar os After Forever para formar o seu próprio projeto, muita gente ficou a ponderar se haveria espaço na cena para mais um grupo assim. O músico holandês – sempre coadjuvado pela belíssima Simone Simons – provou que sim, que havia, efetivamente, à custa de muito talento, trabalho e da criação de conceitos líricos e musicais que vão muito além do óbvio. Aquilo que destaca “Consign To Oblivion” e “The Score - An Epic Journey»”(ambos de 2005), “The Divine Conspiracy” (2007), “Design Your Universe” (2009) e “Requiem for The Indifferent” (2012) de tantos outros álbuns que navegam nas mesmas águas não é apenas a dicotomia vocal entre a singela Simone e o gutural Mark – que continua a marcar a identidade musical do grupo –, mas sobretudo a emotividade e personalidade que caracterizam um coletivo sempre à procura de novas oportunidades. Só durante a primeira década de existência, que comemoraram este ano com “Retrospect”, os Epica treparam a tops de vendas em todo o mundo e tocaram em mais de 50 países diferentes, atraindo multidões de fãs na Europa, na Ásia e na Austrália.
Os bilhetes para o festival, que comemora em 2014 a sua 6ª edição, custam entre €32 (ingresso diário) e €52 (passe dois dias) e estão à venda nos locais habituais.
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