“Nos dias 17, 18 e 19 de março, o Teatro da Comuna e o Fórum Lisboa abrem as portas para celebrar o Hot Clube, um dos clubes de Jazz mais emblemáticos da Europa. Três dias, dois espaços, sete concertos, uma mesa-redonda, uma celebração que tem agora início. 2023 é o ano em que se comemoram 75 anos de Hot Clube”, lê-se num comunicado hoje divulgado sobre o Festival de Jazz Hot Clube de Portugal.

O mais antigo clube de jazz europeu em atividade foi fundado oficialmente em 19 de março de 1948, quando Luiz Villas-Boas, melómano e seu fundador, preencheu a ficha de sócio número um - ficha que se mantém no património da instituição.

A par do clube e da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, parte do trabalho do ‘Hot’ passa também pelo núcleo museológico, assente sobretudo no espólio deixado pelo fundador, que morreu em 1999.

O festival começa no Teatro da Comuna, que no dia 17 acolhe a atuação do trio Lokomotiv, do contrabaixista Carlos Barretto, do guitarrista Mário Delgado e do baterista José Salgueiro, e uma ‘jam session’ pelo trio do pianista Hugo Lobo, acompanhado do contrabaixista Romeu Tristão e do baterista Gabriel Moraes.

Dia 18, também no Teatro da Comuna, o programa começa com a atuação dos Combos da Escola de Jazz Luiz Vilas-Boas e inclui uma mesa-redonda com Zé Eduardo, fundador da escola, Gonçalo Marques, o atual diretor pedagógico, e ainda com os músicos Bruno Santos e Pedro Moreira (presidente do Conselho Diretivo do Hot Clube de Portugal), “que se juntam para uma reflexão sobre ‘O ensino do jazz em Portugal’”.

Ainda no dia 18, Zé Eduardo, contrabaixista, junta-se em palco com o pianista João Paulo Esteves da Silva, e o contrabaixista Nelson Cascais apresenta o “Mingus Project”, através do qual “presta tributo a um dos mais importantes músicos norte-americanos do século XX, figura incontornável do jazz, exímio contrabaixista e genial compositor, Charles Mingus”.

A acompanhar Nelson Cascais em palco estão o saxofonista Ricardo Toscano, o trompetista Diogo Duque, o pianista João Pedro Coelho e o baterista André Sousa Machado.

No dia 18, a ‘jam session’ fica a cargo do trio do pianista Filipe Melo, que estará acompanhado do contrabaixista Romeu Tristão e do baterista João Pereira.

No dia de aniversário do Hot Clube, 19 de março, o festival muda-se para o Fórum Lisboa, onde haverá um concerto da Orquestra e Sexteto do ‘Hot’, no qual “as duas principais formações residentes do Clube apresentam um programa composto por composições importantes que foram gravadas nesse ano fundador [1948]”.

A Orquestra, dirigida pelo saxofonista Pedro Moreira, “apresentará peças de compositores como Duke Ellington, Woody Herman e Dizzy Gillespie, três figuras marcantes e inovadoras do jazz orquestral dessa década”.

Já o Sexteto, liderado pelo guitarrista Bruno Santos, “apresenta-se com um conjunto de convidados [Jeff Davis, Maria João, Mário Laginha, Ricardo Toscano e Rita Maria], grandes solistas do jazz português que vão igualmente interpretar temas do ano de 1948, gravados por figuras incontornáveis como Thelonious Monk, Charlie Parker, Erroll Garner ou Billie Holiday”.

Os bilhetes diários do festival, com um custo de 10 euros, estarão à venda nos locais dos concertos no próprio dia, mas os bilhetes para o Fórum Lisboa estão também disponíveis em venda antecipada através do e-mail silviamoreira@hcp.pt.

Os concertos de Combos, a mesa-redonda e a atuação de Zé Eduardo e João Paulo Esteves da Silva, todos no dia 18, são de entrada gratuita.

A entrada é também gratuita para sócios do Hot Clube Portugal, mas estará “sujeita à lotação da sala”.

O Hot Clube de Portugal funcionou na Praça da Alegria, em Lisboa, desde a sua fundação, primeiro no n.º 39, edifício que ardeu em 2009, tendo depois passado para o n.º 48, que ficou interditado em janeiro, por ordem camarária, justificada por “questões estruturais” do edifício.

Entretanto, a Câmara Municipal de Lisboa comprometeu-se a encontrar uma morada provisória para a instalação do ‘Hot’ até 19 de março, segundo a presidente da mesa da Assembleia Geral do clube, Inês Homem Cunha, em declarações à Lusa em 13 de janeiro.