“O álbum retrata muito daquilo que somos, mas também muito daquilo que vemos. É uma salada mista de várias coisas”, disse Zizzy, um dos quatro elementos dos Wet Bed Gang, em declarações à Lusa.

O título, “Gorilleyez”, remete para os olhos de um gorila, porque o segundo álbum dos Wet Bed Gang “é praticamente um retrato do gorila na sociedade, um animal que se isola muito, mas dentro do seu isolamento tem uma forma de conviver em comunidade muito boa, protetora”, referiu Kroa.

Com a música que fazem, os Wet Bed Gang querem “mostrar que, independentemente de haver a tal selva de cimento” de que tanto falam, “lá dentro há uma família, uma comunidade muito boa, com bons princípios, bons costumes”. “É passar essa visão para o ‘people’ tentar perceber um pouco a forma como nós encaramos todo o trajeto [do grupo]”, explicou Kroa.

Em “Gorilleyez”, há pelo menos “uma ou duas músicas” que foram criadas na mesma altura em que o grupo estava a fazer o álbum de estreia, “Ngana Zambi”, de 2021, acrescentou Zizzy.

Tal “não quer dizer que isto é um seguimento do outro álbum”. “Os nossos álbuns nunca têm uma linha contínua de registo de som, conseguimos mudar as ‘vibes’ muito facilmente. Dentro do mesmo álbum temos coisas muito diferentes umas das outras, e neste álbum vai acontecer o mesmo”, disse.

Kroa lembrou que os dois primeiros singles de “Gorilleyez” demonstram isso mesmo: “‘Gorillaz’ é um ‘drill’ e ‘Praça Onze’ leva quase samba”.

A COVID-19 trocou os planos aos Wet Bed Gang, mas eles não pararam: grupo lança canções para ouvir em casa
créditos: PLUMA

“Da mesma forma que no outro álbum ouviram um ‘Sai do meu hood’, um ‘drill’ muito mais pesado, e um ‘Ngana Zambi’, que é um semba praticamente, aqui também vão ter ‘vibes’ muito alternativas e diferentes umas das outras”, reforçou Zizzy.

Os Wet Bed Gang - Kroa, Gson, Zizzy e Zara G – juntaram-se em 2013. Os quatro cresceram juntos em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira, onde ainda vivem e têm um estúdio.

Em 2017, editaram o EP de estreia, “Filhos do Rossi”, uma homenagem a um dos fundadores do ‘movimento’ Wet Bed Gang, João Rossi, que morreu em 2014.

Em fevereiro de 2021 surgia “Ngana Zambi”, o primeiro álbum criado de raiz - “do primeiro ‘beat’ à última palavra” -, que conta com a colaboração do ‘kota’ Bonga na narração.

O segundo álbum foi editado a 21 de fevereiro, data de aniversário de João Rossi.

Este sábado, o grupo tem concerto marcado no Campo Pequeno, em Lisboa, e dia 4 de março no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

O espetáculo que vão apresentar “não é nenhuma apresentação do álbum [que é hoje editado], é uma festa”.

“Vamos fazer uma festa da Wet Bed Gang, que era para acontecer há muito mais tempo, mas COVID. No fundo vai ser a festa de anos do Rossi, vai ser o dia em que vamos mesmo festejar o aniversário dele”, contou Zizzy.

No alinhamento há “coisas antigas, coisas mais recentes, coisas deste álbum”. Haverá também convidados, mas Zizzy não revela nomes, dizendo apenas que “os óbvios vão estar lá”.

O grupo promete, para mais tarde, uma digressão de apresentação do novo trabalho.

“Gorilleyez” está disponível nas plataformas digitais. O álbum será também editado em formato físico, “mas não é para já”.

Desde que surgiram, os Wet Bed Gang têm somado milhões de visualizações nos vídeos que partilham no canal de Youtube do grupo, que tem mais de 500 mil subscritores.

“Devia ir” conta com mais de 51 milhões de visualizações, “Não Sinto” com cerca de 32 milhões, “Bairro” com mais de 21 milhões, “Mesa Oito” com dez milhões e vários outros temas ultrapassam a barreira de três milhões de visualizações.

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