“Na verdade, não gosto muito dos Nirvana. Desculpem lá, promotores, Universal”, revelou Frances Bean em entrevista à Rolling Stone, continuando: “Gosto mais de uns Mercury Rev, Oasis ou Brian Jonestown Massacre. Não estou interessada na cena grunge”.

“Mas a ‘Territorial Pissings’ é uma canção incrível”, acrescentou, “e a ‘Dumb’ – choro cada vez que ouço essa canção. É uma versão despojada da perceção do Kurt dele próprio – dele próprio em drogas, livre de drogas, a sentir-se inadequado ao ser considerado a voz de uma geração”.

A filha de Kurt Cobain também revelou alguns detalhes do documentário “Kurt Cobain: Montage Of Heck”, o primeiro “completamente autorizado sobre o líder dos Nirvana, que estreia este mês nas salas de cinema portuguesas e do qual foi produtora executiva.“É a coisa mais próxima de ter o próprio Kurt a contar a sua própria história, nas suas próprias palavras – no seu próprio estilo, com a sua própria perceção do mundo. Pinta um retrato de um homem a tentar adaptar-se a ser humano”, afirmou.

“Quando o Brett [Morgen, realizador do documentário] e eu nos conhecemos, fui bastante específica sobre o que queria ver, como queria que o Kurt fosse representado. Disse-lhe: ‘Não quero a mitologia do Kurt ou o romantismo’. Mesmo tendo o Kurt morrido da forma mais horrível possível, existe uma mitologia e romantismo que o rodeiam, porque ele terá 27 anos para sempre. A vida útil de um artista ou músico não é particularmente longa. O Kurt ganhou o status de ícone porque ele nunca irá envelhecer. Ele irá sempre ser relevante, como era nessa altura, e irá sempre ser bonito”, continuou.

“O meu pai era excecionalmente ambicioso. Mas ele tinha muito peso sobre os seus ombros, que excedia a sua ambição. Ele queria que a sua banda tivesse sucesso. Mas ele não queria ser a maldita voz de uma geração. Para mim, o filme fornece informações muitos mais factuais sobre o meu pai – não apenas contos da altura que foram mal interpretados, mal lembrados, recontados de dez maneiras diferentes. São evidências factuais de quem foi o meu pai enquanto criança, adolescente, homem, marido, artista. Explora cada aspeto de quem ele foi enquanto ser humano”, concluiu.