António Victorino d’Almeida, a Orquestra de Câmara de Budapeste e I Solisti Veneti são alguns nomes do cartaz do Festival de Música dos Capuchos a realizar-se de 25 de maio a 23 de junho, no concelho de Almada.

A direção artística do Festival é do pianista Filipe Pinto-Ribeiro, que retomou o Festival em 2021, e que nesta edição tem programados 13 concertos, a maioria no Convento dos Capuchos, nos arredores de Almada, e três deles previstos para o Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB), na cidade de Almada, e ainda um ciclo de conversas moderadas pelo jornalista Carlos Vaz Marques, dedicadas aos centenários dos nascimentos dos escritores Mário Cesariny de Vasconcelos, Natália Correia e Eugénio de Andrade.

A primeira conversa está agendada para 28 de maio, às 17h00, nos Capuchos, sobre Cesariny, intitulada “Entre Nós e as Palavras”, com Bernardo Pinto de Almeida, Manuel Rosa e António Feijó, as outras, no mesmo local e hora, são a 4 de junho, sobre Natália Correia, “A Voz da Mátria”, com Helena Roseta e Filipa Martins, e, no dia 11 de junho, sobre Eugénio de Andrade, “Um cristal, um punhal, um incêndio, orvalho apenas”, com Golgona Anghel e Arnaldo Saraiva.

O programa “O Tempo da Criação” com peças de Ravel, Debussy e Milhaud abre o Festival, no dia 25, às 21h00, nos Capuchos, com o Quarteto Hermès, constituído pelos violinistas Omer Bouchez e Elise Liu, a violestista Lou Yung-Hsin Chang, e o violoncelista Yan Levionnois, acompanhado pelo pianista Filipe Pinto-Ribeiro.

No dia 27 de maio, às 21h00, realiza-se o primeiro concerto no TMJB, “As 4 Estações”, de Vivaldi, com os I Solisti de Veneti, sob a direção do violinista Mario Hossen, sendo solista a meio-soprano Lena Belkina. O programa é constituído pelas “Quatro Estações”, ciclo de quatro concertos para violino de Vivaldi e, também deste compositor veneziano, que viveu entre 1678 e 1741, a ária “Armatae face et anguibus”, da oratória “Judith Triumphans”. O programa inclui ainda o Concerto Grosso “La Folia”, de Geminiani, árias de Händel, e a sonata “Il trillo del diavolo”, de Tartini.

Também a 17 de maio e no TMJB, antes deste concerto, realiza-se uma conversa entre o realizador de rádio João Almeida, diretor da Antena 2, e Filipe Pinto-Ribeiro, sobre as “Quatro Estações, de Vivaldi ao século XXI”.

O Festival volta à sala de Almada a 3 de junho, às 21h00 com os músicos Marcelo Nisinman, no 'bandoneón', Ana Karina Rossi (voz), David Castro-Balbi (violino), Tiago Pinto-Ribeiro (contrabaixo), Rosa Maria Barrantes (piano) e Alberto Mesirca (guitarra elétrica) para interpretarem, de Astor Piazzolla, “Cuatro Estaciones Porteñas”, e as peças “Balada para mi Muerte”, “Jacinto Chiclana”, “Chiquilín de Bachín”, “Balada para un Loco” e “María de Buenos Aires”, do compositor 'porteño' ainda tangos de Marcelo Nisinman.

Em “Tempo de Homenagem”, o Festival dá “Carta Branca a António Victorino d’Almeida”, que, no dia 13 de junho, às 21h00, nos Capuchos, estará ao piano e fará os comentários. O programa inclui canções sobre textos de Fernando Pessoa, Natália Correia e André Heller, entre outros.

Com o compositor e maestro vão estar as sopranos Ana Maria Pinto e Marina Pacheco, e as pianistas Joana Moreira e Olga Amaro.

Outro “Tempo de Homenagem” é ao pianista norte-americano Stephen Kovacevich, 82 anos, que tinha sido evocado na edição de 2021, e é apontado pelo Festival como “um dos ‘grands seigneurs’ do piano do nosso tempo, com uma notável carreira ao longo de sete décadas”.

Kovacevich toca no dia 17 de junho, às 21h00, nos Capuchos, um programa que contempla Alban Berg (Sonata), e Beethoven (seleção de “Bagatelles” Opus 119 e 126 e as Sonatas Opus 109 e 110).

A Orquestra de Câmara de Budapeste “Franz Lszt” protagoniza o terceiro concerto no TMJB, sob a direção de Filipe Pinto-Ribeiro, que estará também ao piano, sendo solista o violinista Jack Libeck.

O programa inclui as peças “Orient & Occident” e “Summa”, de Arvo Pärt, o Concerto BWV 1056, de Johann Sebastian Bach, e o Concerto N.º 2 para Violino e Orquestra, de Philip Glass, “The American Four Seasons”.

Este concerto é antecedido, às 16h00, também nesta sala almadense, de uma conversa entre João Almeida e o jornalista Nuno Galopim, diretor da Antena 1, “Sobre Philip Glass e o minimalismo”.

No dia 22, às 21h00, nos Capuchos, último concerto da programação musical, “Poslúdio dos Capuchos - O Quarteto para o Fim do Tempo”, com o DSCH – Schostakovich Ensemble, formado por Pinto-Ribeiro, ao piano, Pascal Moraguès, no clarinete, Esther Hoppe, no violino, e Christian Poltéra, no violoncelo, para interpretar “Quatuor pour la Fin du Temps”, de Olivier Messiaen.

O Festival inclui uma caminhada, no dia 3 de junho, a partir das 10h00, na Paisagem Protegida dos Capuchos, sobre a fauna, flora e geologia em redor do Convento franciscano, mandado erigir em 1558 por Lourenço Pires de Távora, integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, uma caminhada de dois quilómetros com a duração prevista de duas horas, segundo a organização do festival.

A programação do Festival, que inclui um concerto de jazz pelo acordeonista João Barradas, e outro de música coral com obras do Renascimento, pelo Coro Officium Ensemble, sob a direção de Pedro Teixeira, está disponível em www.festivalcapuchos.com.

O Festival de Música dos Capuchos, no concelho de Almada, regressou em junho de 2021, sob a direção artística de Filipe Pinto-Ribeiro, 20 anos após a última edição.