A 15.ª edição do Festival ao Largo vai estender-se até ao dia 27 de julho, com 14 momentos de espetáculos ao vivo, que cruzam diversas áreas artísticas, em especial a dança e a música, a animar as noites de verão na baixa lisboeta, de acordo com a programação hoje divulgada pelo Millennium BCP, principal patrocinador do festival.
A abertura cabe à Companhia Nacional de Bailado (CNB), que ao longo de três noites toma conta do palco, com a apresentação de duas peças contemporâneas que “marcam simbolicamente o fim da presente temporada da companhia”.
O primeiro espetáculo, “Symphony of Sorrows”, é da autoria de Miguel Ramalho, coreógrafo e primeiro bailarino da CNB, seguindo-se “Cantata”, do italiano Mauro Bigonzetti, uma criação que reflete tradições populares e musicais italianas, “numa espécie de festa comunitária”.
O festival prossegue a 11 de julho, com um concerto de repertório alargado, desde temas mais clássicos da música barroca até às composições mais conhecidas do universo cinematográfico, que junta alunos de sete escolas de ensino especializado da música, nas vertentes de canto, coro e orquestra, provenientes de todo o país.
Este espetáculo é a primeira apresentação ao vivo do projeto educativo “LABoratório ÓPERA 1 - Uma experiência em São Carlos”, que ofereceu a oportunidade a jovens músicos e cantores de terem uma oficina com os maestros titulares da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e com a soprano Elisabete Matos.
O festival prossegue no dia 12 de julho com a apresentação do projeto “Lisbon-Kabul: Music Itineraries of Wonder”, composto por jovens músicos afegãos com o grupo de câmara Ensemble Darcos, desenvolvido em parceria com o Afghanistan National Institute of Music (ANIMP) que, desde 2008, “se tem notabilizado por um trabalho contínuo na salvaguarda e transmissão do património musical afegão”, destacam os programadores.
O programa dá destaque à apresentação de “duas obras em estreia”: um fado de Miguel Amaral, jovem solista da guitarra portuguesa, e uma canção do compositor Nuno Côrte-Real, escrita aos 19 anos, num “momento de trovador punk”, segundo palavras do próprio.
Nos dias 14 e 15, sobe ao palco a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Antonio Pirolli, juntamente com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, para um concerto dedicado à obra do compositor norte-americano George Gershwin.
A mesma orquestra estará de volta nos dias 21 e 22, para um concerto comemorativo dos seus 30 anos de existência, em que interpretará “Ode para Orquestra”, de Lukas Foss, Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op. 43, de Sergei Rachmaninov e a Sinfonia n.º 1 em Dó menor, Op. 68, de Johannes Brahms, precisamente o mesmo programa com que se estreou, em 05 de fevereiro de 1993, no Cinema Tivoli.
Antes disso, no dia 17, a orquestra de cordas As Damas de São Carlos apresenta-se com um programa dedicado ao tango, interpretando algumas das mais icónicas composições do argentino Astor Piazzolla, mas também do seu compatriota Carlos Gardel, ou ainda do músico e compositor uruguaio Gerardo Matos Rodríguez, de quem tocará “La Cumparsita”.
Este concerto de ritmos latinos contará ainda com a participação especial do músico e acordeonista João Gentil, responsável pelos arranjos dos temas.
A 18 de julho, o festival viaja até aos anos 1930, 1940 e 1950, para levar o público a escutar temas consagrados pelas “divas” Edith Piaf e Marlene Dietrich e pelo compositor Kurt Weil, num concerto apresentado pela Orquestra Sinfónica do Conservatório Regional de Artes do Montijo, com direção de Ceciliu Isfan e a participação da solista Cátia Moreso.
A edição deste ano do Festival ao Largo conta também com a participação da Banda da Guarda Nacional Republicana, que apresentará, no dia 19, um concerto especial dirigido pelo maestro alferes Ricardo Torres, com foco nos arranjos musicais para instrumentos de sopro, que se iniciará com o hino do norte-americano Aaron Copland “Fanfare for the Common Man”, prosseguindo com “Pulse - Concerto para Euphonium”, de Thomas Doss, com solo de João Carvalho, e terminando com a Sinfonia n.º 3 do norte-americano James Barnes, encomendada pela Banda da Força Aérea dos Estados Unidos, em 1994.
Os últimos dias da programação são destinados à plataforma Território, que apresenta a 6.ª edição do seu programa, produzido pelos Estúdios Victor Córdon.
Esta plataforma, que tem contribuído para o início de carreiras de jovens bailarinos de todo o país, regressa com duas peças: “Sad Case” (1998), uma coreografia da dupla Sol León & Paul Lightfoot, ativa desde 1989 e que até hoje já criou mais de 60 espetáculos para o Nederlands Dans Theater, e ainda uma nova criação de Douglas Lee, antigo bailarino principal no Stuttgart Ballet, que tem vindo a desenvolver carreira como coreógrafo.
Como complemento ao programa, Território VI contará ainda com a colaboração de Mário J. Negrão, vencedor do prémio Território | Estúdios Victor Córdon na categoria de Melhor Realizador Português do InShadow – Lisbon ScreenDance Festival 2022, que irá apresentar uma nova curta-metragem.
De entrada gratuita e acessível a todos os públicos, o Festival ao Largo junta todas as instituições artísticas do OPART – Organismo de Produção Artística, contando com direção artística de Elisabete Matos (diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos), Carlos Prado (diretor Artístico da CNB) e Rui Lopes Graça (coordenador dos Estúdios Victor Córdon).
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