![Cass McCombs no Maria Matos: A noite fria](/assets/img/blank.png)
O lançamento de “Big Wheel and Others”, já quase no final de 2013, foi o motivo para este regresso, que acabou por se revelar também uma visita a alguns dos seis trabalhos anteriores do cantor. Acompanhado por Jon Shaw (guitarra), Dan Lead (baixo e piano) e Dan Allaire (bateria), Cass McCombs apresentou uma noite carregada de rock, mas que a timidez, ou frieza, do músico e um público pouco efusivo acabaram por arrefecer.
A abrir, depois de um breve “Hey, what’s up? How're you doing?”, McCombs optou por escolher o álbum de 2011, “Humor Risk”, ao tocar o tema “County Line”; e foi ainda a este trabalho que foi buscar a segunda canção, “Love Thine Enemy”, que, ao contrário da anterior, mais calma, já fazia prever alguma da energia da noite: guitarras e bateria a dominarem.
Seguiu-se o mais recente trabalho, “Big Wheel and Others”, de onde Cass McCombs retirou “Name Written in Water”, “Big Wheel” e “Angel Blood”, um dos dois temas da noite que tiveram direito a uma apresentação. De resto, o silêncio por parte dos músicos marcou a noite e acabou por marcar também o público, que ficou longe das habituais demonstrações de carinho às bandas que passam por cá.
Seguiu-se “Meet Me Here at Dawn”, o único tema retirado de “A”, de 2003; para regressarmos a “Humor Risk”, com “Mariah”, um dos momentos mais calmos da noite. McCombs pediu, então, para as luzes baixarem de intensidade, antes de interpretar o tema mais intimista da noite, “Robbin Egg Blue”, novamente de “Humor Risk”.
A canção seguinte foi a única a provocar alguma reação inicial no público. A alegria de “Dreams Come True Girl”, de “Catacombs”, de 2009, levou o público a bater palmas nos primeiros acordes, numa noite que ficou também pautada por um único pedido de uma canção, já na reta final.
“There Can Be Only One” marcou o regresso a “Big Wheel and Others”, antes de McCombs apresentar “Evangelina”, a canção em que McCombs mais puxou pela voz. “City of Brotherly Love”, uma das duas canções a serem retiradas de “PREfection”, de 2005, ficou marcada por novos arranjos, com as guitarras, mais uma vez, a serem donas da canção.
“This is our last song. Thanks, good night”, anunciou McCombs antes de arrancar com os acordes de “Sacred Heart”, na continuação de “PREfection”.
No único encore, McCombs ainda arriscou um: “If you didn’t get the change to dance, this is your chance”. Mas ninguém se atreveu. Ficámos sem saber se devido à pouca abertura do próprio músico ou se não era esse o tipo de público.
“Lionkiller Got Married”, de “Dropping the Writ”, foram os últimos acordes da noite. O folk acabou dominado pela música mais rock de McCombs, o público mais dominado pelo frio da rua do que pela energia que, ainda assim, se fez sentir em palco.
Texto: Helena Ales Pereira
Fotografias: Luis Martins
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