Note-se que a banda fez os seus fãs esperarem 15 anos pelo sucessor de “The Spaghetti Incident?”, de 2003, que acabou por se revelar uma grande desilusão para a crítica e para a maioria dos admiradores do coletivo.

“O ‘Chinese Democracy’ foi feito de forma fragmentada, com uma pessoa aqui e outra acolá, em timings diferentes. O ‘Appetite For Destruction’ foi o único feito com as letras e a melodia a encaixarem nas partes de guitarra ao mesmo tempo”, explicou, continuando: “Depois desse, arranjei um monte de composições na guitarra para as quais deveria arranjar palavras, e não sei se isso foi o melhor para a banda”, admitiu. “Quero, agora, inclinar-me mais para a letra e a melodia”, assegurou. “Todos estão a escrever, e gravámos bastantes canções ao longo dos anos. Iremos descobrir quais nos são mais especiais”, revelou, sobre o próximo disco.

Além do processo de composição de “Chinese Democracy”, também os problemas que a indústria musical atravessa serviram de justificação para o falhanço do registo, com Rose a alegar que, aquando da gravação e da edição do disco, não tinha ninguém em quem confiar: “Tive que lidar com tantas outras coisas que não tinham a ver com a música, mas que tinham a ver com a indústria. Perdi tanto tempo. Foi uma questão de sobrevivência. Não havia ninguém com quem trabalhar ou em quem confiar”.

Em entrevista ao “USA Today”, Rose ainda falou sobre como o sucesso afastou os membros originais dos Guns N’ Roses: “Eu pensava que o sucesso de ‘Appetite for Destruction’ iria juntar mais toda a gente. Aconteceu exatamente o contrário. Eles alcançaram o sucesso e quiseram seguir as suas próprias direções. Achei que eles iam pensar: ‘Boa, funcionou’. Mas eles quiseram fazer o seu próprio grande sucesso fora dos Guns”.

Sara Novais