Com um grande número de estrelas, a 76ª edição do Festival de Cinema de Veneza começa na quarta-feira (28) e será um evento que receberá nomes importantes da Sétima Arte, como Brad Pitt, Catherine Deneuve, Joaquin Phoenix e Roman Polanski.
A prestigiosa mostra começa com o filme "La Vérité" ("A Verdade"), do realizador japonês Hirokazu Kore-eda, protagonizado pelas francesas Deneuve e Juliette Binoche.
O diretor do festival, Alberto Barbera, anunciou que o festival receberá este ano Meryl Streep, Robert De Niro, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Johnny Depp, Robert Pattinson, Tommy Lee Jones, Antonio Banderas, Harvey Keitel, Gael García Bernal e Kristen Stewart, entre outros.
Vinte e um filmes, todos estreias mundiais, disputarão o Leão de Ouro, incluindo a superprodução "Joker", de Todd Phillips, protagonizado por Phoenix.
Há vários anos, o Festival de Veneza transformou-se numa plataforma de lançamentos para os Óscares. Alguns filmes venceram diversas estatuetas depois de passar pelo evento: "Gravidade", "Birdman", "La la Land", "Moonlight", "Spotlight" e "A Forma da Água".
Hollywood também marcará presença com "Ad Astra" de James Gray, uma odisseia espacial com Brad Pitt e Tommy Lee Jones como protagonistas, confirmando o namoro do cinema americano com Veneza.
O francês Olivier Assayas está na disputa com "Wasp Network", uma adaptação do livro do brasileiro Fernando Morais "Os Últimos Soldados da Guerra Fria".
O filme é um thriller inspirado na vida de cinco espiões cubanos que atuaram na comunidade de exilados em Miami durante a década de 1990. No elenco, estão a espanhola Penélope Cruz e o brasileiro Wagner Moura.
Polanski e a polémica
O regresso ao lendário Lido do cineasta franco-polaco Roman Polanski, na disputa com "J'accuse", sobre o caso Dreyfus, o escândalo de antissemitismo na França entre 1894 e 1906, provocou polémica pelo envolvimento do realizador numa série de escândalos sexuais nos Estados Unidos há várias décadas.
Barbera defendeu a inclusão da última obra do longa-metragem do veterano realizador como uma reconstrução "extraordinária" de um evento histórico.
Vários grupos feministas protestaram contra a presença de Polanski na mostra, assim como pelo reduzido número de filmes dirigidos por mulheres.
Além disso, apenas dois realizadores latino-americanos foram selecionados: o chileno Pablo Larraín e o colombiano Ciro Guerra.
Larraín exibirá "Ema", protagonizado por Gael García Bernal, uma história de adoção, enquanto Guerra apresentará a sua adaptação do livro de J.M. Coetzee "Waiting for the Barbarians", com Johnny Depp e Mark Rylance.
Netflix presente
Outro realizador de renome selecionado para a mostra é o americano Steven Soderbergh, que compete com "The Laundromat", um filme sobre o escândalo de vazamento de documentos confidenciais conhecido como "Panama Papers", com Meryl Streep e Antonio Banderas.
Produzido pela Netflix, plataforma de "streaming" que não foi vetada de Veneza, ao contrário do que acontece em Cannes, "Marriage Story" também está na mostra competitiva. O realizador Noah Baumbach aborda a crise num casamento na longa-metragem, protagonizada por Scarlett Johansson e Adam Driver.
O festival italiano optou por abrir as portas ao gigante do audiovisual após a guerra entre Cannes e Netflix, o que garante bons títulos para Veneza, como aconteceu no ano passado com "Roma" do mexicano Alfonso Cuarón, vencedor do Leão de Ouro.
A condição feminina, presente em quase todos os filmes de acordo com Barbera, está garantida pela cineasta saudita Haifaa al-Mansour com "The Perfect Candidate" e a australiana Shannon Murphy com "Babyteeth".
Os filmes serão avaliados por um júri presidido pela cineasta argentina Lucrecia Martel.
O consagrado realizador espanhol Pedro Almodóvar receberá ainda o Leão de Ouro especial pela sua carreira.
A organização aguarda também a presença da estrela britânica Mick Jagger para o encerramento do festival. O artista é um dos protagonistas do suspense "The Burnt Orange Heresy", dirigido pelo italiano Giuseppe Capotondi.
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