O Queer Lisboa, que cumpre este ano a 22.ª edição, divide-se entre o cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa, de 14 a 22 de setembro e inclui “um programa multidisciplinar à volta da temática do VIH/Sida, com o título ‘O vírus-cinema: cinema queer e VIH/Sida, que congrega um ciclo de cinema, uma exposição e o lançamento de um livro de ensaios”, anunciou esta quinta-feira a organização do festival.

O ciclo de cinema “pretende dar a conhecer os realizadores de vídeo-ativismo do VIH/Sida, colocando obras de emergência em diálogo com algumas das longas-metragens mais emblemáticas sobre o tema”.

Entre os filmes estão selecionados estão “Kids” (1995), de Larry Clark, “um dos expoentes do cinema indie norte-americano”, “Bright Eyes” (1986), de Stuart Marshall, “um dos primeiríssimos documentários sobre a sida” e outros ligados ao “movimento do vídeo-ativismo”, de realizadores como Gregg Bordowitz, Jerry Tartaglia e Mike Hoolboom.

No dia em que este ciclo de cinema se inicia, 15 de setembro, será apresentado o livro “O vírus-cinema: cinema queer e VIH/Sida”, “uma edição da Associação Cultural Janela Indiscreta, organizadora do festival, com coordenação de António Fernando Cascais e João Ferreira, que reúne um conjunto de ensaios quase todos inéditos onde diferentes personalidades convidadas – de médicos a ativistas, de programadores a críticos de cinema -, escrevem cada uma sobre um filme que aborda esta temática”.

Kids
Kids

O programa disciplinar à volta da temática VIH/Sida fica completo com a exposição “O vírus”, que surgiu de um convite que a organização do festival “lançou ao artista plástico Thomas Mendonça para que ele desafiasse um conjunto de outros jovens artistas a conceberem uma peça à volta da temática do VIH/sida e dos filmes programados, procurando assim uma perspetiva de como a epidemia é vista e interpretada por uma nova geração”.

A mostra, que é inaugurada a 15 de setembro na galeria FOCO, inclui obras de Christophe dos Santos, Fernanda Feher, João Gabriel Marta Pombo e Rui Palma.

Hoje, a organização do Queer Lisboa anunciou também os filmes de abertura e encerramento. A 14 de setembro, o festival abre com “Diamantino”, a primeira longa-metragem de ficção do português Gabriel Abrantes e do norte-americano Daniel Schmidt, que venceu em maio o Grande Prémio da Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes.

Para filme de encerramento foi escolhido o documentário “Bixa Travesty”, dos realizadores brasileiros Claudia Priscilla e Kiko Goifman, que se estreou em fevereiro no Festival de Cinema de Berlim.

Este ano, no âmbito de uma parceria com a ModaLisboa e o festival DocLisboa, o QueerLisboa vai antecipar a 51.ª edição da Semana da Moda de Lisboa, que decorre em outubro, com a apresentação de três documentários “que revelam a importância da cultura queer na moda e de como a moda tem contribuído para o esbatimento de noções heteronormativas de género”.

Nesse âmbito, serão exibidos “We Margiela” (2017), “Kevyn Aucoin – Beauty & the Beast in Me” (2017) e “George Michael: Freedom – Director’s Cut” (2018). Este ciclo de documentários “prosseguirá” na edição desde ano do DocLisboa.

A programação completa da 22.ª edição do Queer Lisboa, bem como as atividades paralelas, júris e convidados oficiais serão anunciados a 4 de setembro.