O mais recente - e provavelmente último - capítulo da popular franquia "Indiana Jones" ultrapassou a concorrência nas bilheteiras mundiais, revelaram as estimativas da indústria no domingo, mas analistas notaram que foi uma estreia fraca para uma das sagas de cinema preferidas dos fãs.

"Indiana Jones e o Marcador do Destino", protagonizado por Harrison Ford no papel do arqueólogo que ele tornou famoso pela primeira vez há mais de 40 anos com "Os Salteadores da Arca Perdida", arrecadou cerca de 60 milhões de dólares em 4600 salas de cinemas nos EUA e Canadá, de acordo com a Exhibitor Relations.

Com isso, Indy desalojou a sequela de animação "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" do primeiro lugar, mas os analistas disseram que foi um arranque fraco para o quinto filme "Indiana Jones".

"As reações do público são boas, enquanto as dos críticos são mornas", disse David A. Gross, da Franchise Entertainment Research.

Este analista acrescentou que se pensa que o filme da Disney custou 295 milhões antes das despesas de marketing, mas acrescentou que era provável a sequela ganhe terreno a nível internacional, onde as receitas da estreia foram de 70 milhões.

Mas a avaliar pela estreia tépida, o quinto "Indiana Jones" vai juntar-se a uma vaga de desilusões ou fracassos de bilheteira desta temporada: apesar dos bons resultados de "Guardiões da Galáxia - Volume 3" e de "Através do Aranhaverso", outros lançamentos têm desiludido na comparação entre receitas e orçamentos gigantescos, como "Velocidade Furiosa X", "A Pequena Sereia", "Transformers: O Despertar das Feras", Elemental" e principalmente "The Flash", a caminho de ser um dos maiores 'flops' comerciais dos últimos anos.

Segundo o Deadline, a Disney investiu 100 milhões de dólares em marketing. Analistas avançaram que este pode ser um sinal de que as expectativas comerciais dentro do estúdio arrefeceram após a antestreia tépida no Festival de Cannes em maio, já que o investimento habitual para promoção numa produção desta escala é de 150 milhões.

Em média, um filme precisa de arrecadar nas bilheteiras cerca de dobro do orçamento mais marketing (ou 2,5 vezes o orçamento) para o respetivo estúdio ver o seu investimento pago e começar a ter lucro: na melhor das hipóteses, o quinto "Indiana Jones" precisaria de mais de 750 milhões, o que parece improvável de atingir com esta estreia.

Ajustados à inflação, os quatro filmes da saga arrecadaram mais de mil milhões nas bilheteiras a nível mundial.

O Deadline acrescenta que "não há dúvida de que este é um resultado desastroso para o fim de uma saga historicamente amada", recordando que "Indiana Jones" foi uma das razões que levou a Disney a pagar 4 mil milhões de dólares para comprar a Lucasfilm e que o muito criticado quarto filme, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", teve uma estreia global de 272,1 milhões de dólares em 2008, um valor que cresceria muito mais se fosse atualizado pela inflação.

"Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", a segunda parte da inventiva animação da Sony sobre o super-herói, arrecadou mais 11,5 milhões e ficou em segundo lugar nos EUA e Canadá, elevando o seu total doméstico para quase 340 milhões e mais de 607 milhões a nível mundial.

"Elemental" caiu para o terceiro lugar, com 11,3 milhões. Em três semanas, a fábula de animação da Pixar sobre imigrantes da Pixar ainda não chegou aos 100 milhões nos EUA e Canadá (está em quase 94) e o total mundial está em quase 192 milhões. Insuficiente para uma produção com um orçamento de 200 milhões, sem incluir o marketing.

Também da Sony, "Tudo na Boa" - uma reminiscência do outrora omnipresente género das comédias atrevidas, protagonizado pela vencedor do Óscar Jennifer Lawrence, ficou em quarto lugar, com 7,5 milhões. Com 29,3 30 milhões arrecadados nos cinemas dos EUA e Canadá, e quase 50 milhões a nível mundial, a produção, com um orçamento controlado de 45 milhões sem marketing, deverá dar um pequeno prejuízo ao estúdio.

"Transformers: O Despertar das Feras", um dos muitos spin-offs e sequelas que dominam os cinemas neste verão, arrecadou 7 milhões, o suficiente para um quinto lugar. Com um orçamento de 200 milhões sem o marketing, seriam necessários 500 para a Paramount começar a ver o retorno do investimento, mas as receitas até agora estão nos 381 milhões.

"Ruby Gillman: Teenage Kraken" também estreou este fim de semana em sexto lugar nos EUA e Canadá, arrecadando o que Gross chamou de "fracos" 5,2 milhões de dólares.

A proposta de animação da DreamWorks distribuída pela Universal acompanha uma adolescente tímida que descobre que é descendente de criaturas marinhas míticas.