A equipa do filme brasileiro "Medusa" denunciou este domingo na passadeira vermelha do Festival de Cannes a crise de saúde que vive o Brasil, ao exibir diante das câmaras uma mensagem lembrando as mais de 500 mil mortes por COVID-19 ocorridas no país.
Em maio de 2016, a passadeira vermelha já tinha sido alvo de protestos, quando a equipa de "Aquarius", nomeadamente a atriz Sónia Braga, exibiu cartazes contra a destituição da então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, apelidando de "golpe de Estado" a substituição por Michel Temer.
Durante a apresentação do filme italiano "Tre piani", na competição pela Palma de Ouro, a realizadora Anita Rocha da Silveira e os atores Bruna Linzmeyer, Mariana Oliveira, Lara Tremouroux e Felipe Frazão mostraram um cartaz em inglês: "533.000 morreram no Brasil de uma doença para a qual já existe vacina."
O Brasil é o segundo país do mundo em número de mortes pelo coronavírus e o governo do presidente Jair Bolsonaro foi denunciado por se opor a medidas de isolamento social e ao uso de máscaras, além de atrasos na campanha de vacinação. Uma comissão está atualmente a investigar no Senado as alegadas omissões durante a gestão da pandemia.
O filme “Medusa” estreará esta segunda-feira na Quinzena dos Realizadores, sessão paralela do festival. O Brasil também conta com dois curtas-metragens competindo pela Palma de Ouro e o documentário "Marinheiro das montanhas", de Karim Ainouz, na seleção oficial.
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