Sessenta anos depois da morte, o ator e realizador Erich von Stroheim é recordado pela Cinemateca Portuguesa ao longo de fevereiro, com filmes de Billy Wilder ou de Jean Renoir e com sessões comentadas pelo crítico Jonathan Rosenbaum.

O ciclo "Stroheim - Ator imperial" abre na quarta-feira com a exibição de um clássico, "O Crepúsculo dos Deuses" (1950), de Billy Wilder, um filme sobre cinema, com Gloria Swanson no papel de uma estrela da representação e com Erich von Stroheim a interpretar o fiel mordomo.

Erich von Stroheim, que nasceu na Áustria e viveu nos Estados Unidos, é "um nome lendário do cinema americano dos anos 1920, época de consolidação das estruturas de produção de Hollywood e, decorrentemente, de um determinado modelo de filmes", escreve a Cinemateca.

Estrela do cinema mudo, von Stroheim foi protagonista de alguns dos filmes que realizou, nomeadamente "Esposas levianas" (1922), "Greed - Aves de rapina" (1924, foto) - um dos mais ambiciosos projetos do autor - e "Queen Kelly" (1928), com Gloria Swanson.

Há ainda "Amores de Príncipe" (1923), do qual foi despedido da realização, tendo sido substituído por Rupert Julian.

Todos eles integram também o ciclo da Cinemateca e serão exibidos com acompanhamento ao piano de João Paulo Esteves da Silva, Filipe Raposo, Nicholas McNair e Daniel Schvetz e comentários do crítico e ensaísta norte-americano Jonathan Rosenbaum.

Enquanto ator para outros realizadores, a Cinemateca exibirá ainda, entre outros, "A Grande Ilusão" (1934), de Jean Renoir, "Como Tu Me Desejas" (1932), de George Fitzmaurice, no qual contracena com Greta Garbo, e "Tempestade em Lisboa" (1942), de George Sherman, um filme de espionagem que "aproveita a fama de 'ninho de espiões' que Lisboa tinha durante a guerra. Uma Lisboa de estúdio, obviamente".

O ciclo termina no dia 27 de fevereiro com "Napoleão" (1955), de Sacha Guitry, que regista uma das últimas aparições de Erich von Stroheim, no papel de Ludwig van Beethoven. Morreu dois anos depois, em 1957, aos 71 anos, em França.